sexta-feira, 6 de março de 2009

Ridículo oportunismo ...


Escrevi, há pouco tempo, neste blogue Como se fazem os santos?... Hoje, após o voto de regozijo da Assembleia da República sobre a canonização de Nuno Álvares Pereira, o Condestável, em que até o PCP se absteve e apenas o Bloco de Esquerda votou contra, fico a pensar sobre a persistência endémica e epidémica do oportunismo político que, afinal, toca toda a demagogia política, remetendo para segundo plano princípios e valores em troca da mais gratuita ambição eleitoral... é caso para perguntar: quem é que não se distingue de quem? Lamentável é apenas a Assembleia da República não defender a sua honra republicana, laica, responsável e progressista deixando-se render ao senso-comum que deixa dúvidas sobre a prática dos valores e princípios do Estado. A democracia ficou mais popularucha... é pena!

3 comentários:

  1. Tem toda a razão, Cara Amiga, a Assembleia da República devia ter mais contenção no tipo de votos que sufraga...Um órgão de soberania não pode emitir votos de congratulação por dá cá aquela palha...

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  2. Caro Sokinus, obrigado pelo seu comentário... na verdade, banalizar um orgão de soberania como a AR é, não só inútil como, porque não dizê-lo?, contraproducente.

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  3. Penso que a AR não deve ser encarada apenas como um “órgão de soberania”… Porém, nas suas palavras “A democracia ficou mais popularucha” devo assinar conjuntamente a minha preocupação... estamos a caminhar numa ditadura disfarçada de democracia… «Mas é preciso rejeitar (Verwerflich aber) toda a violência mítica, a violência fundadora do direito, que se pode chamar violência governante (schaltende). É também preciso rejeitar (Verwerflich auch) a violência conservadora do direito, a violência governada (die verwaltete Gewalt) que está ao seu serviço» (in, Derrida, J. (2003). Força de Lei (1ª ed., Bernardo, F., Trad.). P.99).

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