domingo, 22 de março de 2009
A mudança - entre a oportunidade e o fracasso...
Apesar do imenso susto que a emergência da crise suscitou, entre cenários impensáveis há apenas 2 ou 3 anos atrás como é o caso do investimento estatal de capitais no sistema bancário, os países do G20 e a própria UE persistem na elaboração de cenários possíveis a levar à prática em caso de maiores sinais de ruptura. Lamentavelmente, ao invés de aproveitarem o tremendo cenário de crise social que os recentes acontecimentos provocados no sistema financeiro, fizeram eclodir, tornando incontornável para a prosperidade das populações o problema do desemprego, os Estados e Governos persistiram na gestão do impasse, aguardando que a corrente de fluxos do mercado reduza o impacto dos efeitos que desequilibraram as economias, remetidas para segundo plano face à prioridade concedida ao sistema bancário que tem canalizado todos os investimentos para a sua sustentabilidade institucional e não para viabilizar o crédito que, empresas, famílias e cidadãos, requerem para controlarem os níveis de integração social. Estivemos - e ainda estamos - perante uma oportunidade efectivamente adequada ao repensar da economia e à construção de uma ideologia assente numa filosofia socio-política capaz de corresponder aos objectivos de um modelo de desenvolvimento que, não saindo da sua abstracta invocação, tem vindo a ser alardeado em nome de uma saudável globalização e da Europa Social... reféns de uma lógica política incapaz de, criativamente, revitalizar os circuitos e regras da interdependência económica no quadro de um centralismo financeiro de que ninguém fala e cuja responsabilidade implica, em última análise, o bloqueio à diversificação dos procedimentos e da conceptualização das regras e das excepções, os mecanismos políticos ficam cada vez mais aquém das respostas necessárias às políticas sociais de sustentabilidade das populações... até que estale, violentamente, nas ruas a insustentabilidade das consequências desta sua, teimosamente concertada, actuação!?
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Ana Paula,
ResponderEliminarPor uma vez atrevo-me a ser um pouco mais optimista. Alguns dos participantes do G20 vão com uma agenda estruturada. Obama e Hu Jintao sabem essencialmente que o que lhes interessa é a conversa entre os dois. A China e os EUA estão de tal maneira interdependentes que se vão ajudar. E a Índia tem um sistema financeiro bastante saudável. Temo sobretudo pela europa, presa a modelos obsoletos. Por exemplo a um liberalismo, que como digo no meu post mais recente, está a ser demolido pelos seus próprios fundadores. Mas dessa destruição algo terá de resultar. E pode eventualmente ser algo melhor...
Carlos