A OCDE, após ter assinalado que a actual crise é a mais grave desde 1960, disse à Reuters que prevê um declínio económico superior ao previsto pelo FMI, esperando ainda um acréscimo de 8 milhões de desempregados e a descida para metade das pensões... a situação, de extrema violência para o equilíbrio social de cidadãos e famílias, faz prever o aumento exponencial da violência nas ruas, da delinquência, da violência doméstica (que, no nosso país, atinge índices de mortalidade que teimam em não baixar proporcionalmente ao investimento em campanhas que a condenam, alertando as pessoas para o fenómeno), da violência contra idosos... e... da violência contra as crianças, 30.000 das quais vivem, em Portugal, em risco de maus-tratos... estão à vista os custos sociais de uma sociedade que não tem conseguido resolver os problemas cívicos nem levar à prática o exercício dos direitos humanos ou, sequer, da igualdade de género... Que o fundamento das representações sociais e dos padrões comportamentais tem na Educação um factor determinante, sabemo-lo todos... contudo, no nosso país, esta perspectiva não emerge da discussão pública dos problemas do sistema educativo e quando surge, aparece sob pretexto de uma intervenção pontual... vivemos ainda, pelo que nos é dado percepcionar, de acordo com uma filosofia de gestão cartesiana, dicotómica, que insiste em separar a dimensão informativa da instrução da sua dimensão formativa... por isso, corremos o risco dos nossos melhores esforços no sentido de promover a cidadania virem a revelar-se infrutíferos face aos efeitos regressivos resultantes das crises económicas e sociais... infelizmente, no mundo político, a sensibilidade e a consciência do problema não é uma evidência... ressalvem-se algumas excepções de que destaco:
"(...)quando uma criança recorre à violência, é porque tem um buraco no coração que nenhum governo, sózinho, consegue preencher.(...)" (Barack Obama, Discurso proferido em Springfield em 10 de Fevereiro de 2007).
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