Há 50 anos que o povo e a cultura do Tibete viram ocupado o seu território. Perseguidos, os tibetanos formaram no exílio o Governo que, através dos incansáveis esforços do Dalai-Lama, procura reconhecimento e apoio internacional no sentido de, ao menos, ser concedida autonomia cultural a esta região, conhecida como "Tecto do Mundo", espaço onde a sociedade e a cultura integraram a religião como filosofia de vida. Da sociedade rural de meados do século XX ao Tibete de hoje, uma mudança imensa ocorreu com o massivo povoamento chinês e a aculturação forçada que, desde 1959, nunca deixou de recorrer à violência e à violação continuada dos Direitos Humanos, ao ponto do genocídio cultural do Tibete ser actualmente reconhecido em todo o mundo. Porém, marcadas que são as relações internacionais pelas lógicas económicas e comerciais, ao longo destas décadas e apesar da admiração que o Nobel da Paz, Dalai-Lama Tenzin Gyatso, desperta também, nas democracias ocidentais, não houve resultados positivos capazes de travar a devastação da vida e da cultura tibetana... O Tibete onde se sonhou realizar um novo modo de gestão e organização social, útil a todas as sociedades, como resultado da associação que o próprio Dalai-Lama descreveu como potencialmente adequada à promoção da igualdade, da modernidade, da justiça e da solidariedade: a associação entre uma economia de inspiração marxista e uma cultura de inspiração budista. No dia 10 de Março de 1959 aconteceu, no Tibete, a ocupação chinesa que tem já 50 anos de duração... Simbolicamente, foi também no dia 10 de Março de 1963, que o Governo tibetano no exílio, adoptou a sua Constituição. Por um Tibete Livre!
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