Em protesto contra a repressão e a impunidade sobre os crimes contra as mulheres no regime do Presidente Ali Abdullah Saleh, em Sanaa, capital do Iemen, muitas mulheres decidiram queimar os véus a que a cultura tradicional as sujeita, inspiradas pelos movimentos da chamada "Primavera Árabe" e, em particular, pelo facto de uma das agraciadas com o Prémio Nobel da Paz de 2011 ser a activista iemenita Tawakkul Karman (ler AQUI e AQUI). Para além da coragem demonstrada por esta expressão da contestação feminina em espaços públicos, rara no mundo árabe!, a iniciativa é grandiloquente, designadamente, por evidenciar perante o mundo que, de facto!, a obrigação de viver cobrindo o rosto, o cabelo e o corpo não tem a adesão incondicional das mulheres... resultando, na maior parte das vezes, da influência masculina que pretende, com a reprodução destas práticas, afirmar uma identidade cultural que, em rigor!, não necessita de limitar os Direitos Humanos para se afirmar - e que, ao encontrar no recurso ao uso da força e da opressão essa forma de afirmação, contraria o que caracteriza a uma cultura activa, forte e viva: a capacidade de interagir e coexistir com a assimilação da mudança, própria das dinâmicas da História.
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