Foi no Politeia de JMCorreia-Pinto que encontrei o link para o poema de Federico Garcia Lorca sobre La Guardia Civil Española retirado do Romancero Gitano e que aqui partilho num momento em que a discriminação, o racismo e a xenofobia se agravam na União Europeia com Sarkozy a expulsar de França um número significativo de ciganos (ler Aqui). O problema prolonga-se e repete-se de há muito (ler Aqui, Aqui e Aqui) e denota, acima de tudo, o grau de dificuldade do modelo social em que vivemos se adequar culturalmente às etnias - apenas e só porque as políticas sociais de integração e inclusão implicam muito mais investimento do que aquele que os Governos estão dispostos a fazer... o cenário é por isso gravoso dados os ritmos de mobilidade e empobrecimento contemporâneos que se fazem sentir sempre, com mais evidência, nos grupos sociais desfavorecidos e tendencialmente discriminados em que se incluem, em consequência do nosso ocidental etnocentrismo, as populações nómadas...
Obrigado Ana Paula por s eter lembrado deste poema.
ResponderEliminarOutros haverá com a mesma tónica da denúncia e do apelo à humanidade dos humanos.
Que nunca seque essa fonte!
Este bicho homem é um predador que apenas saiu das cavernas e que na maior parte do tempo acordado, apenas tem por objectivo a eliminação do que julga poder apoquentar os seus interesses.
De banqueiros a militares e religiosos, cada um faz a sua parte do drama em que estamos mergulhados há séculos.
A Europa aliás tem vários créditos firmados nessa especialidade de liquidar os seus inimigos...
O que me revolta e muito é a complacência para com os ideais da exclusão e da ileminação física dos que não pensam como a classe dominante ...
Do Santo-Ofício aos Huguenotes, de Franco a Sbrenica, Das guerras coloniais ao apartheid, das matanças no Ruanda à invasão do Afeganistão e do que se prepara para o Irão, a lista de crimes dos chamados representantes da civilização ocidental e cristão talvez obrigassem a alguma reserva, algum pudor na condenação avulsa e doentia de outros crimes menores e cometido por analfabetos camponeses embora religiosos fanáticos.
Falo de quê?
E que se retirem destes crimes as respectivas consequências.
Falo de quê?
Falo de intervenções estrangeiras para impor nova ordem de valores e que vão desembocar no reforço das posições extremistas e fundamentalistas daqueles "religiosos".
A Europa cuja História está cheia de ultrajes e de hediondos crimes racistas, religiosos e étnicos,ao longo de séculos, talvez devesse ter uma outra política de abordagem da violência religiosa e extremista.
Aliás, se me permite, qual a diferença entre um bando de energúmenos que lapidam um casal de eventuais amantes e os bombardeamentos com bombas de fósforo sobre hospitais, em Gaza?
Qual é o maior criminoso?
Um exército regular bem tratado, melhor alimentado e armado, formado nas melhores universidades mas que construiu um muro de centenas km entre Israel e a Cisjordânia? E que bombardeia e assassina chefes de família, mulheres e crianças ou pirateia em águas internacionais barcos de ajuda humanitária?
Portugal não devia ter participado nestas guerras petro-religiosas e, quando os americanos forem ali derrotados, como estão a ser, e se retirarem, o que se preparam para fazer dentro de meses, qual foi o nosso papel?
Qual o crédito que terá a NATO por ter interferido e por ter tentado colonizar o Iraque e o Afeganistão?
Desculpe o imenso desabafo e ter-me desviado da condenação do linchamento religioso que noticia e que a todos repugna, mas não quero embarcar em campanhas de ódio com origem nas centaris sionistas a preparar outras monstruosidades, agora atómicas, contra o Irão!
Cumps.
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarObrigada pelo poema...
Continua a ser uma realidade que "a gente diferente" pode dar mostras, mesmo involuntariamente,de atitudes consideradas provocatórias ou fazer "coisas" que se gostaria de fazer mas nunca se ousam fazer. Tais comparações provocam inquietação e podem até provocar angústia, porque pôr em questão as diferenças é razão para uma defesa que incita a ostentar as "suas virtudes" e a considerar o "estrangeiro" culpado de todas as fraquezas e todos os vícios. As "minorias" convertem-se em algo de ódio feroz e passam a constituir "grupos mau-objecto" e catalisam a agressividade que está latente no grupo ou na comunidade. Basta ser um pouco diferente para despertar esses sentimentos colectivos.
O receio e/ou ódio aos "estrangeiros" (xenofobia), aos "ciganos", nasce da recusa de lhes reconhecer o que eles são na realidade, ou simplesmente de os conhecer, porque quem com eles convive pode constatar muito naturalmente que eles apresentam as mesmas características fundamentais de todos os seres humanos e não justificam, de qualquer modo, o medo e a repulsa que alguns lhe votam.
Há que modelar, com bom senso, as políticas culturais e sociais inscritas numa matriz de inclusão e, consequentemente, de integração e normalizar particularidades de "minorias" que só podem identificar-se a partir das suas condições de vida e das suas tradições civilizadoras. Há uma psicologia dos povos e sob o ódio racial esconde-se a angústia da diferença, a dúvida perante as formas de viver da "maioria" e em relação aos seus próprios valores. É frequente atribuir às "minorias" particularidades que se recusa a si mesmo e imputa-se muitas vezes às raças, aos "ciganos" a transgressão de interdições que se gostaria, mas não se ousa transgredir.
Um Grande Abraço Amigo.
Ana Brito
Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarFiz link deste excelente post para "A Carta a Garcia".Obrigado,
Abraço,
OC
Caro MFerrer,
ResponderEliminarFico feliz por ter gostado tanto deste magnífico poema de Federico Garcia Lorca...
Quanto às considerações que, em seguida, aqui tece, acredite que compreendo e sou solidária com as suas preocupações, reveladoras de uma aguda consciência do grau de manipulação a que a agenda noticiosa nos submete... faz lembrar a velha frase de má-memória: "temos maneiras de vos fazer pensar"... de qualquer modo, há realidades que não podemos ignorar sob pena de ignorarmos mais esta terrível e tétrica forma de terror de Estado - porque não podemos esquecer que os energúmenos que refere são detentores do poder e têm reféns da sua prática muitas populações esgotadas pela a fome, a crueldade e o isolamento socio-político e mediático de que são vítimas... o facto não nos faz esquecer o terrorismo de Estado de Israel mas, em nome da justiça e defesa dos direitos dos povos não devemos esgotar aí a nossa voz de protesto.
Um abraço amigo.
Cara Ana Brito,
ResponderEliminarObrigado pelas palavras que aqui partilha e que, naturalmente,subscrevo... aliás, sobre a observação que faz relativamente à transgressão de interdições, publiquei há uns anitos um artigo sobre a questão das representações sociais na emergência da xenofobia em relação ao povo cigano em que exploro a complexidade da problemática da transgressão.
Grande abraço amigo :)
Caro Osvaldo,
ResponderEliminarObrigado pela sempre honrosa referência.
Um abraço amigo e solidário.
Cara Ana Paula Fitas
ResponderEliminarO post sobre Ciganos será publicado após a meia-noite.
Cumprimentos amigos
Francisco Seixas da Costa
Senhor Embaixador,
ResponderEliminarGrata pela boa notícia, fico a aguardar.
Bem-haja!
Cumprimentos amigos,
Ana Paula Fitas
Estimada Ana Paula,
ResponderEliminarSe me permite, tenho por si e pelo que tão humanamente escreve, a maior das considerações.
Todavia, tudo na vida tem que estar hierarquizado em valores, e estes, em categorias e em prioridades.
Ora de nada valerá salvar essa desgraçada iraniana para a ver de seguida, a ela a muitos outros nilhões, serem subliminados por bombas atómicas. Que acredite, é disso que nos querem anestesiar.
Nada nem nenhuma "notícia" do Médio Oriente nos chega sem o controlo das centrais de desinformação e dos "think tanks" sionistas que controlam os media, e agora as redes sociais... em todo o mundo.
Ora tenha paciência e leia bem o ódio que destila o copy do cartaz!
Repare que nos querem fazer crer que o regime de Teherão é um regime de terror e que é o inimigo.
Até nos obrigam a comparar subliminarmente as tais 150 vítimas desse regime em troca do esquecimento das dezenas de milhar de mortos de civis inocentes às mão dos israelitas em países tão distantes e diversos como a Líbia, a Alemanha, a Polónia, o Líbano e ali mesmo em Gaza.
Refiro-lhe apenas que a situação sustentada pelas populações em Gaza e nos campos d erefugiados, já foi comparada por observadores da ONU, ao que se viveu em Varsóvia às mãos do nazis.
O resto, cara amiga é para nos usar como escudos do imperialismo e expansionismo sionista.
Ninguém tem o direito de usar as nossas consciências para justificar e branquear os seus crimes. Que de crimes em massa se trata, acredite.
Desculpe mas não posso ter outra opinião...
Estimado MFerrer,
ResponderEliminarPenso que este comentário se refere a um dos post's sobre o apedrejamento de pessoas, de que têm sido divulgados casos mais frequentes relativos a mulheres (Irão) mas, também, mais recentemente, a um casal de jovens (Afeganistão). Sei que o MFerrer tem toda a razão no que se refere à manipulação da opinião pública pelas redes de informação sempre controladas politicamente mas, sinceramente, não posso deixar de denunciar atentados vis contra os direitos das pessoas... o facto não significa de todo que eu não esteja consciente do que se pretende fazer contra os que Israel considera seus inimigos e contra os verdadeiros massacres que tem alimentado... não é disso que se trata... trata-se de que todas as pessoas têm direito a viver e que os costumes, menos ainda por suspeição ou convicção, podem ter legitimidade para matar cidadãos... portanto, procedo em conformidade quando escrevo contra o terrorismo de Estado promovido por Israel, contra a ocupação de Gaza, contra a violência contra todas as populações através da guerra, do terror, da fome ou da coacção... e para além dos movimentos que defendo, como sabe, integro o blogue Forum Palestina e o espaço A Nossa Candeia é um blogue de defende a urgência ao fim do cerco a Gaza e o reconhecimento pleno da sua autonomia como Estado soberano... da mesma forma que defendo as populações iranianas, afegãs ou quais quer outras sujeitas à repressão fundamentalista seja qual for a sua fonte... não há, na minha opinião, qualquer contradição nesta postura que continuarei a defender que considero não pactuar qualquer estratégia informativa venha ela de onde vier... é isso o pensamento livre... no fundo, recuso-me a escolher entre 2 crimes, ainda que a dimensão de um possa não ser comparável com a de outro... mas, voltamos ao mesmo: é tudo uma questão de manipulação informativa e uma questão de perspectiva... porque existe o genocídio e o etnocídio e ambos têm dois rostos: um interno e outro externo... enfim... contra a política de Israel e contra os atentados à vida dos cidadãos, é por aqui que vamos :)
Com a estima e a consideração de sempre, receba o meu abraço amigo.