Vinicius de Moraes foi, além de compositor, poeta e escritor, um diplomata que a ditadura militar não reconheceu (vale a pena ler a referência no Duas ou Três Coisas), injustiça que, recentemente, o Presidente Lula da Silva, corrigiu, deixando que o Brasil e o mundo saibam que o rosto da diplomacia que queremos se faz também e porque não dizê-lo?, essencialmente, de valores, de palavras e de uma profunda humanidade onde o encontro entre a cultura, a determinação e o diálogo coexistem como uma porta permanentemente aberta ao reconhecimento do que, para além de todas as diferenças, nos faz iguais. Da ternura desta compreensão da vida é testemunho maior o tema "O Velho e a Flor", cantado por Vinicius de Moraes e Toquinho. Conhecem?
terça-feira, 24 de agosto de 2010
O Velho e a Flor - Canto de um Embaixador
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Cara Ana Paula
ResponderEliminarBelo post...
Justa homenagem - promoção póstuma de Vinicius - um poeta da paz e do amor que incomodou a mentalidade ditatorial brasileira.
Adoro Vinicius, tenho discos muito antigos e através da vida, da música e da poesia ele cantou e falou do amor adulto - como nesta canção - e de quando atingimos o nível de darmos sem medo de perdermos parte de nós e de recebermos sem por isso cair na dependência do outro - numa característica de união, partilha, solidariedade e carinho.
Obrigada por me proporcionar este cândido momento...
Um beijinho amigo com muito sol e mar :)
Ana Brito
Aninhamiga
ResponderEliminarVê lá tu que ainda tive a sorte - e a honra e o prazer - de ter conhecido este Homem, com caixa alta. Foi no Rio de Janeiro, no bar do Hotel Glória, Copacabana, e um grande Amigo, apresentou-mo; tratava-se do Jacinto Rego, diplomata e escritor, que fora meu colega nos quatro anos da primária.
Ficámos conversando, bebendo uns uisques e fumaçando como ele dizia. Felicitei-o, em meio da conversa, pelos seus sonetos. Respondeu-me que «mulheres são muito melhores». Casou com nove, «fora as outras tentações e tentativas»...
Grande, grande, grane. Muito obrigado por tê-lo trazido aqui
Qjs
Cara Ana Brito,
ResponderEliminarObrigado pelo seu testemunho solidário com esta merecida homenagem que, apesar de póstuma, nos engrandece a todos.
Um beijinho amigo :)
Olá Henrique :)
ResponderEliminarHá pessoas que traçam e cruzam caminhos do fantástico onde a luminosidade do encontro acontece... deve ter sido assim nesse teu encontro com Vinicius, o Homem, que sabia que é a vida que enquadra todas as coisas e não o seu contrário...
Obrigado por nos deixares aprender com as tuas histórias - já ando a perseguir a Anónima Salina :)
Qjinhos felizes :))
Cara Ana Fitas
ResponderEliminarJusta homenagem, que melhor embaixador poderia ter o Brasil? Um Poeta maior da língua portuguesa.
Que grande presidente, que de grão a grão, de salto em salto, foi torneando tantos obstáculos e finalmente conseguiu colocar o Brasil na rota que tornou viável esta justa homenagem.
Que grande presidente, segundo Luís António Simas "O Brasil é governado por quem ama" no blog Momentos de reflexão.
Obrigada por partinhar.
Um abraço
Cara Gia Santos,
ResponderEliminarBonitas e justas palavras estas que, solidariamente, aqui regista em homenagem a Vinicius de Moraes :)
Obrigado por partilhar a bela frase de Luís António Simas que deveria ser um princípio de governação :)
Um abraço.
Ana Paula,
ResponderEliminarConhecia mas já estava esquecido. Maravilhosa! Obrigada por a ter reavivado.
Vi Vinicius num espectáculo em Lisboa com Nara Leão, no Teatro Villaret.
Tive a satisfação de beber uma caipirinha no hoje Bar Garota de Ipanema (ex-Veloso), onde ele e Jobim compuseram 'Garota de Ipanema', em homenagem a uma desconhecida jovem de então, Heloísa Pinheiro.
Adoro Vinicius, adoro Jobim e tenho uma admiração enorme por Lula. Sou sincero: por vezes, penso por que razão não sou brasileiro!
Um abraço amigo,
Carlos Fonseca
Obs.
ResponderEliminarDe Vinicius,
Apetece-me dizer que, afinal, a diplomacia brasileira lhe ficou a dever muito mais do que ele alguma vez ficou a dever à diplomacia.E só por isso, Lula, já tem toda a razão neste nosso pequeno mundo...decidindo-se,por esta vez, Interpretá-lo enquanto embaixador.
Cito-o (de cabeça) assim em:
Poética I
'De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo'
Dizer as coisas assim ou de uma forma porventura mais bela,será possível,APF?
Com um harmonioso Abraço
ANB
Carlos :))
ResponderEliminarSomos muito mais brasileiros do que supomos e jsso vê-se e sente-se no modo como reconhecemos falar por nós tanto desse fasinante e humano património de que Vinicius é, de facto, o nosso grande Embaixador :)
... obrigado pela partilha de evocações que nos aproximam mais e mais do coração que pulsa ao mesmo ritmo nas duas margens deste grande rio
a que chamamos oceano :))
Um grande e feliz abraço.
Caro ANB :))
ResponderEliminar... sim, penso que o Brasil é tão amado pelo mundo por ter a sorte de contar, entre os seus Embaixadores, com a grandeza imensa de um Vinicius que cantou e disse a vida de forma tão profundamente meiga, sentida e universal...
... e não, meu caro amigo, não sei de modo mais belo de dizer a essência, interior e densa, dos dias :)
Obrigado pela partilha e ...
Um grande e harmonioso abraço.
Paula
ResponderEliminarEsta homenagem justa feita ao embaixador, promove também o homem de grande integridade que Vinicios foi. Deixo aqui uma história passada ainda a liberdade aqui não tinha chegado...
Vinicios esteve em Portugal, não me conseguem precisar o ano, e resolver conhecer o Alentejo. Nesta sua viagem e à chegada a Évora parou o carro na velha estrada de Montemor e resolveu ir ter com um grupo de homens e mulheres que trabalhavam no campo. O que o atraiu foi o cante, que como sabes era uma das características dos grandes ranchos de trabalho. Ali esteve á conversa com um grupo de homens ainda jovens sobre musica, sobre o trabalho da terra e sobre a liberdade (tema um pouco controverso na época de Salazar), por o saber no final puxou de uma caneta e escreveu um poema e deu-o a um dos homens, como agradecimento sobre a forma como livremente tinha falada do seu povo e do seu país em tempo de ditadura.
A história ficou guardada durante anos numa gaveta, um dia dei com esse papel já velho, um pouco rasgado e vendo a assinatura perguntei ao meu pai quem lho tinha dado... um turista brasileiro que passou por aqui.
Perguntei-lhe se sabia quem era, disse que não, era um companheiro... foi como ele se apresentou!
Sem pretensões de igual para igual, Vinicios esteve com aqueles homens, bebeu da sua água, comeu da sua comida e até fumou do seu tabaco de enrolar!
Para o meu pai e para os seus camaradas, ficou só a memoria daquele turista e um poema sobre a liberdade de um povo!
Bjs
Lurdes
Lurdes :)
ResponderEliminarEsta é uma história maravilhosa que muito agradeço teres vindo aqui partilhar... imagino a carinha do teu pai ao saber que o companheiro, turista brasileiro dos idos anos 60, era afinal Vinicius de Moraes, "o negro mais branco do Brasil" como ele gostava de dizer, poeta, escritor, compositor, político, diplomata e, agora, finalmente!, reconhecido Embaixador! :)
Obrigado Lurdes, por mais este importante contributo para o perfil de Vinicius :)
Um grande beijinho para ti e para o teu pai :))