sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Hiroshima - Não ao Nuclear


Foi há 65 anos que as bombas atómicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, destruiram as 2 cidades, iniciando a chamada "era atómica". Herança deste momento tenebroso é a luta travada por ONG's, cientistas, cidadãos e alguns Governos (entre os quais, felizmente!, se conta Portugal) que, em todo o mundo, resistem ao desenvolvimento da energia nuclear que, para além dos pretensos baixos custos energéticos, possui um potencial de destruição massiva que é preciso evitar a todo o custo uma vez que o acesso ao seu uso para fins bélicos e terroristas é uma possibilidade real que nos cabe a todos procurar evitar. Do catastrófico efeito causado pelas bombas lançadas há 65 anos são testemunhas vivas 235.000 pessoas que sofreram e sofrem diariamente os seus efeitos (ler Aqui e Aqui). Hoje, Hiroshima relembrou a tragédia (que contou pela primeira vez com a presença de uma representação dos Estados Unidos da América, responsável pelo desastre) com o objectivo de obrigar o mundo a não esquecer a catástrofe que se mantém como ameaça iminente no horizonte do desenvolvimento global.

8 comentários:

  1. Cara Ana Paula Fitas
    A 2ª Guerra Mundial constitui uma “Oficina da História” que nos permite relembrar o desenvolvimento do conflito na sequência das ditaduras fascista e nazi que estiveram na sua origem. A sua agressividade para com os outros países acendeu o rastilho que arrastou o mundo para o conflito mais mortífero, destruidor e cruel da História. As ditaduras foram vencidas pela união de esforços dos países democráticos ocidentais e da URSS. Foi utilizada a bomba atómica como meio de resolução de conflitos e no final desenhou-se um novo mapa político mundial sendo criada a ONU em substituição da já caduca SDN.
    Embora, em determinado momento, a guerra tenha terminado na Europa ela iria continuar no Pacífico em grande parte devido à acção dos kamikaze (pilotos suicidas japoneses) e o Japão só viria a render-se após o lançamento de duas bombas atómicas – o mundo saía da guerra, mas entrava na era atómica.
    A Guerra fez cerca de 50 milhões de mortos, as vítimas civis foram frequentemente mais numerosas do que as militares, houve bombardeamentos de cidades, deportações, fomes, exterminação de judeus e, se assim foi do ponto de vista demográfico, o balanço económico também foi pesado e a economia dirigida para a produção militar teve de se reconverter. A guerra ultrapassou todos os limites da desumanidade, os métodos utilizados pelos ocupantes e a descoberta do genocídio sistemático nos campos de concentração criaram um choque moral em todo o mundo. O negro balanço da guerra também gerou algumas fundadas esperanças, porque as democracias triunfaram sobre os regimes totalitários e os políticos acordaram defender os direitos humanos e o direito dos povos à autodeterminação através da ONU.
    As bombas atómicas lançadas em Hiroshima e Nagasáqui sepultaram seres humanos nas ruas, nos hospitais, outros ficaram feridos, nus, ensanguentados e como que separados da sua pele. Os rostos ficaram calcinados, cor de cinza ou quase negros, os cabelos queimados e hirsutos, parecendo sair do inferno, gatinhando no chão, sem se susterem em pé.
    Nós, gerações que nascemos depois, vivemos um tempo peculiar, é certo que de guerra fria, mas num equilíbrio que, digamos, se manteve até aos anos 70 do século passado. No entanto, enquanto que nos países industrializados os níveis de bem-estar aumentaram, noutra parte do mundo, esta bem maior – o Terceiro Mundo – a miséria e a fome continuam.
    Apesar desta negrura chocante é bom que a Ana Paula traga hoje esta problemática, porque os mais jovens, muitas vezes, nem se apercebem das contingências mais nefastas de certos momentos da História e muito menos do significado do afrontamento bipolar do pós-guerra.
    Um Abraço Amigo e Solidário.
    Ana Brito

    ResponderEliminar
  2. Cara Ana Paula, Andei virtualmente por terras do Japão, citei-a por me ter citado. Mas não apareceu...
    Hoje o meu post também lembra Hiroshima e vai neste mesmo sentido, o da ameaça persistir (não sei se, como diz, será de facto iminente...)

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Cara Ana Brito,
    A lição continua actual e nunca é demais relembrá-la... aos mais jovens e aos que a pretendem relativizar e justificar - que vão sendo, infelizmente! - cada vez mais...
    Obrigado pelas suas palavras.
    Um grande abraço amigo.

    ResponderEliminar
  4. Caro Rogério :)
    ... ainda lá não fora mas, entretanto, já lá fui... e repito o que aí registei: é meritória a evocação das memórias recentes e longínquas que fez e faz a nossa competência socio-cultural :)
    Grande abraço.

    ResponderEliminar
  5. ... «nunca é demais relembrar» a ambivalência do Ser Humano...no melhor e/ou no pior...

    Grande Abraço

    Saravah

    ResponderEliminar
  6. Saravah, minha amiga...
    ... a ambivalência humana é, de facto, o lugar onde a condição humana esgrime, com equilíbrio desajustado,a decepção e a esperança... não desistir é o único caminho :) - porque a teimosia pode fazer a diferença :)
    Ondas de abraços a perder no horizonte de todas as marés :)

    ResponderEliminar
  7. Olá...

    Referiu no seu texto "...para além dos pretensos baixos custos energéticos..." deixo aqui e aqui pequeníssima informação sobre este tema (Energia Nuclear)

    Abraço

    ResponderEliminar
  8. Caro Voz a 0 DB,
    Obrigado por trazer até aqui os links que assim podemos partilhar :)
    Bem-haja também por isso!
    Abraço.

    ResponderEliminar