Morreu Mário Bettencourt Resendes, ex-Director do Diário de Notícias, referência incontornável do jornalismo em Portugal e comentador político. O jornalismo português sofre por isso, hoje, uma perda no que à seriedade analítica, à responsabilidade noticiosa e ao exercício de valores deontológicos, respeita. Corajoso e realista na profissão e na atitude cívica com que suportou a doença, exercendo as suas competências até ao fim, Mário Bettencourt Resendes garantia a leitores e espectadores um equilíbrio respeitador das diferenças, capaz de, independentemente das suas opiniões e tendências políticas, fazer jus à esquerda e à direita sempre que reconhecia o uso oportunista da especulação mediática gratuita. Ficamos mais pobres... e resta-nos esperar, como sabemos que ele o desejaria, que a geração de "corredores noticiosos" sedentos de animosidade e técnicas de venda, parem para pensar nos bons exemplos que as gerações anteriores deixam com as suas vidas e os seus trabalhos.
Cara Ana Paula
ResponderEliminarTomo conhecimento da triste notícia através de "A Nossa Candeia".
Mário Bettencourt Resendes desempenhou, na minha modesta opinião, um papel fundamental no jornalismo português, funcionando como mediador capaz de alimentar e depois orientar o trânsito da informação assumindo o acessível com rigor mesmo quando do mesmo evento se faziam leituras diferentes da mesma realidade. Foi um homem que conheceu bem os limites da objectividade, a importância de quem quer informar sem manipular e sem criar a ilusão que, às vezes, existe na mediação, deixando cumprir o acesso directo à verdade.
Singela homenagem...
Um abraço amigo
Ana Brito
Cara Ana Brito,
ResponderEliminarExcelente, sóbria e justa homenagem. Obrigado!
Um grande abraço amigo.
Nesta hora difícil para o jornalismo português, quero expressar o meu voto de pesar pela morte de Mário Bettencourt Resendes, jornalista que sempre se pautou pelo rigor e transparência na informação aos portugueses.
ResponderEliminarPoet'anarquista solidário com a família e amigos neste momento de dor.
Carlos Galhardas
A Nossa Candeia agradece a expressão límpida e justa deste voto de pesar do Poet'anarquista!
ResponderEliminarAquele abraço :)
Obs.
ResponderEliminarAPF
"Morrem cedo os que os deuses verdadeiramente amam" (W.S.)pelo que dou por mim a pensar,se Deus andou distraído este fim de semana e nos levou de uma penada,duas vozes e duas personagens
marcantes, do dia a dia,e do país escasso que somos em talentos directos e simples da arte de comunicar o riso e a compreensão das coisas e das situações(AF/MBR).
APF/JFDF
da tristeza,à saudade e ao vazio qual é,então,
a diferença vista ao correr dos tempos que
insistem, em marcar-nos tão dolorosamente?
Com as melhores saudações
ANB
Caro ANB,
ResponderEliminar... é grande o vazio deixado... tão grande que nos deixa perplexos, à espera do futuro que, por certo, nos relembrará muitas vezes as vozes, as palavras e os modos de estar de Pessoas que, como António Feio e Mário Bettencourt Resendes, nos permitiam descansar por sabermos que a inteligência, a honestidade, o bom-senso, a bondade, o equilíbrio e o humor ainda tinham um lugar ao sol...
Grata pela partilha, envio-lhe as minhas melhores saudações.
...só a morte é para sempre...mas, os mortos continuam a falar mais alto...
ResponderEliminarGrande Abraço
Saravah
Caríssima amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarJunto a minha homenagem à saudosa memória de Mário Bettencourt Resendes que foi um lúcido e ponderado jornalista, como a Ana nos clarifica.
No período em que dirigiu o "Diário de Notícias" soube garantir uma qualidade jornalística invulgar. Já como comentador político o seu timbre sereno fazia eco em nós e, ao mesmo tempo, as suas análises perspicazes abriam normalmente os debates com interpretações sensatas que ganhavam força pela sua capacidade de persuasão pedagógica.
Mário B. R. foi um dos fundadores do blogue "Bichos Carpinteiros" que se tornou uma das primeiras referências da blogosfera nacional.
Em conclusão, o jornalismo português está bastante mais pobre, porque perdeu um dos paladinos de uma imprensa séria ao serviço da verdade. Assim, Mário Bettencourt Resendes notabilizou-se com uma postura deontológica impoluta que hoje se afigura invulgar no panorama geral, visto o jornalismo contemporâneo ser marcado pelo critério sensacionalista destas "sociedades hegemonicamente mercantis"...
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt