terça-feira, 17 de agosto de 2010

Apedrejamento de Jovens no Afeganistão...



Eram dois jovens, um rapaz e uma rapariga com, respectivamente, 28 e 20 anos de idade... foram apedrejados até à morte, num mercado público do Afeganistação, perante a população que assistiu à execução de mais este crime hediondo perante o qual somos incapazes de elaborar qualquer justificação que não seja cúmplice desta crueldade sem limites e sem perdão... os jovens eram acusados de "adultério"! A Amnistia Internacional já condenou publicamente mais este atentado contra os Direitos Humanos (ler Aqui e Aqui). A situação, insustentável porque repetida, requer uma intervenção cívica junto das populações que devem saber que a comunidade internacional condena de modo inequívoco estas práticas sanguinárias, não as reconhecendo como forma de fazer justiça mas, antes como forma de coacção política e psicológica sobre as populações.

14 comentários:

  1. Paula,
    situações deste tipo, Deixam-nos... sem palavras...
    Nestes casos o que é que a comunidade internacional tem a dizer sobre isto?... "Falam, falam, mas eu não os vejo a fazer nada!"
    Direitos Humanos!!!???? Igualdade de direitos!???
    Continuamos a "compactuar" com este tipo de situações, pk não nos interessa, não nos dá mais valias económicas!!???... :-((
    Aquele Abraço Alentejano (com a força que nos move em direcção ao futuro)
    Beijos
    Beatriz

    ResponderEliminar
  2. É triste e incompreensivel, neste século, para os ocidentais, o que se passa nos países árabes. Chamamos nós ocidentais, atentado contra os direitos humanos, mas o certo é que faz parte da cultura de um povo. Teremos nós obrigação de interferir na cultura desse povo ? Claro que poderemos sempre tentar ocidentalizá-los, poderemos reclamar, poderão até todos os países do mundo dizer e tentar fazer com que os afegãos tentem compreender que estão errados. Claro que estão, assim como o racismo está errado nos EUA. Pelo facto de Presidente ser de cor, não quer dizer que tenha acabado o racismo nos EUA. Que moral terá o país mais poderoso do mundo em fazer crer aos afegãos que estão errados. Claro ninguém disse que terão que ser os EUA a fazê-lo. Que moral terão os ingleses, que ainda têm colonias ? Que moral têm os franceses que ainda têm colonias ? Isto só para focar que alguns dos países mais poderosos do mundo não têm moral para fazer o que quer que seja. Estar errado o modo de procedimento dos afegãos em matéria de adultério ninguem duvida ! No conceito deles........A pena de morte também estará errada ? É uma questão de cultura, o que para uns é justo para outros não o será. Matar é sempre mau, daquela forma então, será horrivel, mas os prevaricadores sabiam ao que estavam sujeitos, tal como toda a gente que que não cumpre a lei sabe que tem sanções. Lá é assim e nós não achamos justo. E não é. Mostrar que o Ocidente não concorda com aquele tipo de justiça já eles estão carecas de saber. Mostrar a todo o mundo que são extremistas, também o sabemos. Setembro de 2001 ainda não foi esquecido. Algum pais ocidental era capaz de ter a mesma atitude ? Dá para pensar.......

    ResponderEliminar
  3. Ana Paula,
    Deus morreu e não deixou testamento.
    É por isso que à sombra desse "conceito" muitos homens, invocando o seu nome, cometem os mais hediondos crimes com a complacência da ignorância e a prepotência de muitos outros.
    São casos de que, certamente, nunca veremos a solução por muito que estrebuchemos e denunciemos.
    Há quem chame a isto usos e costumes e cultura intrínseca dos povos; eu chamo selvajaria e não sei quando irá, se, acabar.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  4. Beatriz,
    ... ficamos sem palavras - é isso!... e a pensar o quão aterrorizador seria se lá estivessemos a viver ou se, por qualquer razão, invocassem antigos códigos de alegada moral para, em nome da ordem, nos sujeitarem a este tipo de regime... há um livro, Beatriz, muito bom que penso que irias gostar de ler; chama-se: "O Menino de Cabul" e o seu autor é Khaled Hosseini e mostra bem como os afegãos não se reconhecem nesta alegada "cultura"!!!
    Beijos, minha amiga ... e Aquele Abraço Alentejano :)

    ResponderEliminar
  5. Caro ZéParafuso,
    É verdade... a questão é complexa e do ponto de vista teórico ou em termos de "moral" do Ocidente coloca problemas como os que refere. De qualquer modo, quem nos garante que aqueles jovens agora apedrejados não eram simplesmente pessoas que não eram seguidores do regime e foram assassinados com uma "desculpa" esfarrapada?... A verdade é que muitos cidadãos não concordam absolutamente nada com os regimes cruéis que, no meio dos jogos políticos do terror e do dinheiro se apropriam dos aparelhos de gestão e governação... os afegãos vivem um regime de terror, têm uma população alienada e paupérrima e dramas que no Ocidente nem imaginamos na nossa linearidade de juízo que os reduz ao papel de aliados dos seus regimes ou culturalmente condicionados... esta questão ocorre-e designadamente a propósito de um livro que vai mesmo a pena ler, escrito por um afegão e de que já falei na resposta à amiga Beatriz. Trata-se de "O Menino de Cabul" de Khaled Hosseini e, acredite!, vale mesmo a pena ler... Obrigado pelas suas palavras.
    Um abraço amigo.

    ResponderEliminar
  6. Olá Miguel,
    ... pois é: "Deus morreu e não deixou testamento"... e os homens imaturos, arrogantes e cegos continuam a agir como se tivessem o poder divino de decidir da vida das pessoas, usando-as como marionetas da exibição do seu jogo de poder... é tão triste, Miguel... é tão ignóbil, tão desumano, tão indigno!... Obrigado pelas suas palavras, meu amigo... enquanto tivermos voz, não nos calaremos!
    Um grande abraço.

    ResponderEliminar
  7. Obrigado minha querida Amiga,
    Vou, obviamente, ler o livro que me aconselhas (já o mandei comprar!!) :-)
    Pegando nas palavras do T.Mike, "deus morreu e não deixou testamento"... possivelmente confiando no Homem que imaginou mas que infelizmente não existe (pelo menos nos "ditos"lugares de poder)... Temos a plena noção de não ter a "Força Divina", mas enquanto tivermos discernimento, vontade, ideais, e força p'ra falar, nada conseguirá parar a nossa luta e a nossa voz! (digo eu...!!!??)
    Aquele Abraço Alentejano
    Beijos
    Beatriz

    ResponderEliminar
  8. Beatriz,
    Enquanto tivermos discernimento, nada nos fará parar :)
    ... e nos momentos difíceis recordaremos as palavras desse poeta das sínteses perfeitas que foi António Aleixo quanto disse:"(...) A Razão mesmo vencida / Não deixa de ser Razão" :)
    Vais gostar do Menino de Cabul... é um livro riquissimo que ... - não posso contar!... para que o descubras... depois, estou certa que utilizarás as palavras certas para dele falares com a intensidade de quem sente o nosso Abraço Alentejano chegar a Cabul :)
    Beijos, minha Amiga

    ResponderEliminar
  9. OBs.

    Cara APF


    Todas estas divisões entre países,culturas e religiões e as respectivas diferenças na pratica da defesa dos Direitos Humanos entre o Ocidente e Oriente, têm um passado,têm bastante história por detrás e têm, como sempre, a vioLência gratuita praticada por muitos dos principais actores da história universal.
    Alguns dos quais com mais poder do que propriamente experiência da história.

    Ou seja,se a Europa sempre exportou muitas guerras,não é para admirar que essas guerras ainda persistam e se revirem.
    Acresce que para efeitos externos,a verdade é que a comunidade internacional não existe.Assim como não se deviam verificar tantas invasões a (des)propósito dos grandes interesses.Especialmente das grandes potências.Tanto mais que os resultados cada vez são menos animadores.

    Dito isto,continuo a ter muitas dificuldades em perceber porque é que a ONU,ou o seu Conselho de Segurança,ou a sua Assembleia Geral,ou as suas agênciaas especializadas,não assumem nestes casos pontuais, um papel que poderia ser corajoso e decisivo.Deixar as coisas apenas nas mãos das ONG e da opinião publica parece-me curto.

    Há urgências na sociedade internacional que merecem acompanhamentos e tomadas de decisão que não se compadecem com o exercício de guerras constantes.Não é destruindo o inimigo que se pode esperar a seguir... a sua boa integração.

    O que está acontecer selvaticamente no Afeganistão...ou no Paquistão, a pretexto das inundações, são casos que nunca mais deveriam acontecer.Embora venham a repetir-se.
    Para o superar e para o evitar, será sempre necessário que a história das relações internacionais, seja revista à luz de novos valores efectivamente praticados por todos.A negociação é um bom caminho.A diplomacia é outro.Mas é, sobretudo, a ausência de guerras por interesses mercenários,de pura ocupação e outras causas que poderá levar a que certos paises não se tornem clandestinos e os perturbadores da ordem internacional.
    A paz tanto como as pessoas,é que deveriam ser um valor sagrado!

    APF

    eis a visão que lhe apresento,num mundo em que afinal ainda não sabemos, se não virá ser ainda mais violento do que aquilo que já foi no Séculos XIX e XX.Com a Sociedade das Naçoes no principio e a ONU pelo meio.Em tudo criações ocidentais.

    Com as melhores saudações e um harmonioso abraço.


    ANB

    ResponderEliminar
  10. Cara Ana Paula Fitas
    Mais um caso, destes jovens, que nos sufoca a todos e nos deixa sem palavras.
    A mulher é muito frágil e oprimida nestes países, mas não podemos consentir que em pleno século XXI, uma pessoa que cometa adultério seja apedrejada. Mesmo sob a capa da religião é inaceitável que um ser humano seja castigado por essa conduta quando se deve preservar o direito à vida e condenar a pena de morte. Estes casos exigem uma discussão e intervenções rápidas e eficientes que se enquadrem em matrizes concretas no que concerne os Direitos Humanos, sendo que o auxílio internacional não pode tardar... embora,também, não se vislumbrem acções muito concretas e concertadas no terreno...
    Um Grande Abraço Amigo
    Ana Brito

    ResponderEliminar
  11. Caro ANB,
    Gratificante, a leitura das suas palavras deixam dito tudo o que há para dizer... de tal modo que me resta agradecer a generosa de um texto que, naturalmente, subscrevo.
    Com as minhas melhores saudações, receba também o meu abraço harmonioso e amigo.

    ResponderEliminar
  12. Cara Ana Brito,
    ... claro que não posso deixar de partilhar as suas palavras que muito agradeço.
    Um grande abraço amigo e solidário :)

    ResponderEliminar
  13. Estimada Ana Paula Fitas,
    Acredito que podemos dialogar partindo de pontos de partida opostos.
    Aconselho vivamente e leitura esclacedora de http://restoringisrael.org ode se pode apreciar em toda a sua benevolência o sebtido do pensamento judaico e das suas consequências em especial para as mulheres...:
    Só um pedaço para que conste eu para que eu deixe de fazer figura de peça solta e de carta dora do baralho:
    "The Torah is already very clear at to how adultery (sex with anyone other than your spouse in a marriage) was to be dealt with. The penalty was death by stoning for both parties involved"
    Não vale pois a pena irmos atacar o Irão e ter as dores que os outros, os verdadeiros criminosos, há muitos mais séculos praticam contra as pessoas.
    Cumps

    ResponderEliminar
  14. Caro MFerrer,
    Obrigado por este profícuo diálogo... eu conheço a Torah, o Corão (e muitos hadiths que lhe foram acrescentados ao longo dos séculos - como aliás aos preceitos fundadores de cada uma das chamadas Religiões do Livro)... aliás, "Caim", a polémica obra de Saramago é exemplo do carácter socio-político dos códigos religiosos! A questão é a da actualização -ou não!- dos modelos de justiça (veja-se aliás, que, em termos de valores, o adultério ainda se constitui como argumento válido para o divórcio nas sociedades ocidentais) e a capacidade que os Governos e as lideranças políticas têm -ou melhor, querem ter!- na promoção da qualidade de vida dos cidadãos e, consequentemente, no respeito pelos direitos das pessoas, dos povos e das culturas... não se preocupe com eventuais considerações de "carta dora", a verdade é que é preciso pensar e interagir. Por cá também continuamos a perseguir os ciganos e a lógica da guerra mantém-se, apesar de tudo o que pensamos ter evoluido... enfim... muito há a fazer mas, já agora, deixe que lhe diga: sempre que visitei países árabes doeu-me a pobreza... porém, da única vez que visitei Israel (há muitos anos, em 1979 se não estou em erro, tinha eu 15 anos), o 25 de Abril era recente por cá e o que pensei repetidamente para mim própria, assustada e incrédula, foi: "mas isto é o fascismo!"... até hoje, meu amigo, sei que é assim que lá vivem as pessoas - independentemente das tecnologias, dos fundamentalismos e dos agentes da sua governação...
    Um abraço.

    ResponderEliminar