quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bombeiros - Soldados da Paz


Têm como lema "Vida por Vida" - um lema exemplar desse altruísmo cívico que sustenta a sua existência como Bombeiros Voluntários! Porém, voluntários ou profissionais, os Bombeiros que, durante todo o ano, conduzem ambulâncias, assistem acidentes, acorrem aos incêndios ou às inundações são, de facto, os Heróis do Verão... enquanto os dias e as noites correm ardentes e enormes, os Bombeiros lutam até à exaustão contra o fogo e não dão tempo ao medo de os alcançar... Os incêndios, ateados cruelmente por lógicas que se podem imaginar mas que nada justifica, grassam e devastam o território, sem compaixão pelas vidas destruídas e os bens arruinados... Os Bombeiros vivem e dão a vida por todos nós... precisam de mais apoio - um apoio que, inquestionavelmente, merecem... além de sempre, sempre!, a nossa maior admiração. Os Bombeiros chamam-se justamente porque o são: Soldados da Paz.

17 comentários:

  1. Cara Ana Paula Fitas,

    Acabo de ver, no telejornal, as cerimónias fúnebres do subchefe dos bombeiros de Alcobaça. Cerimónia que tem muitas semelhanças com as cerimónias prestadas a alguém da hierarquia militar que faleça em circunstancias de merecer tais honras. Reforça-se assim a ideia que se tratam de soldados, quando falamos de bombeiros. Soldados da Paz. Mas será a sua luta contra o fogo? É! Mas, como em todas as guerras, quem as provoca, alimenta ou permite (o fogo resulta também de políticas permissivas ou facilitadoras desse flagelo) são o quê?

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  2. Caro Rogério,
    ... provocar "a guerra do fogo" é um crime e negligenciar a sua prevenção uma espécie de cumplicidade inadmissível numa sociedade consciente!
    Abraço.

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  3. Caro Anónimo,
    Agradeço-lhe sinceramente o seu comentário.
    Bem-haja!

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  4. Cara Ana Paula Fitas
    Singela Homenagem aos Soldados da Paz...
    A vida em sociedade não é dissociável da solidariedade e as associações humanitárias representam um acervo importante do nosso património institucional, sendo que os Bombeiros respondem a um sentido de solidariedade muito grande, é ao seu concidadão em aflição que eles acorrem, com a abnegação que lhes reconhecemos.
    Tudo isto é tanto mais de enaltecer quanto é certo que o fazem por sua vontade, nunca esperando outra recompensa que não seja dizer-se-lhes por palavras quanto os estimamos ou pôr-se-lhe ao peito uma medalha que materializa anos de dedicação ou actos de coragem fora do comum.
    Mais do que no passado, são cada vez mais os jovens disponíveis para toda a sorte de solicitações cobrindo várias necessidades e o espírito que leva os membros das associações humanitárias a unirem-se para fazer face à catástrofe que o fogo sempre representa é, afinal, o mesmo que se torna necessário para mobilizar, para fazer face a muitos outros tipos de desastres que podem atingir as nossas famílias ou o nosso grupo.
    É preciso integrar os jovens na sociedade através de fórmulas que os realizem, pessoalmente, e alimentem a grande reserva de generosidade e de energia que na sua idade se tem. É a ocupação dos tempos que têm livres em actividades que sejam gratificantes que melhor garante a integração social e o repúdio de fórmulas que, afinal, são anti-sociais.
    As Associações Humanitárias dos Bombeiros já demonstraram, de forma viva, por todo o país, que são capazes de organizar os meios para manter corporações através da sua abnegação, o seu entusiasmo, a sua coragem, a sua destreza e a sua resistência física e moral, postas à prova a todo o momento e, especialmente, durante o Verão, quando as solicitações caem a toda a hora com as dimensões mais inesperadas e com as dificuldades mais insuspeitadas.
    Tal como nos incêndios a melhor forma de combatê-los é preveni-los, também, no domínio social, a melhor maneira de evitar a desagregação é promover a integração dos jovens. O esforço é grande, reclama muitas redes de segurança para conseguir agarrar os jovens com a sensibilidade – e porque não dizê-lo – se têm amor ao próximo. As associações humanitárias de todo o país dão-nos provas de que este espírito floresce.
    Há que tentar punir os responsáveis pelo flagelo do fogo e destruir as cumplicidades em que se emaranham teias sociais numa dimensão que ultrapassa os limites da paciência dos construtores de uma sociedade pressupostamente moderna e na qual privilegiamos os valores culturais, éticos e de solidariedade social. Há que reclamar ao Estado um papel de promotor do equilíbrio que deve ser estimulado pelo rigor e elevação das suas funções, mas das quais cada vez mais parece demitir-se.
    Um abraço amigo
    Ana Brito

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  5. Ana Paula Fitas,

    Fiz link para "A Carta a Garcia".Obrigado.
    Abraço Amigo.
    OC

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  6. Os Soldados da Paz:
    Nunca o fui mas tenho experiência de quando era militar tive a infelicidade de ser obrigado a ir combater um incêndio em Viana do Castelo.
    Estava-se no ano de 1970, em Julho ou Agosto, se não fez quarenta anos está quase a fazê-los. Preparávamo-nos para vir de fim-de-semana e à última hora somos informados que o quartel entrava de prevenção por causa do incêndio em Viana do Castelo. De imediato partimos para lá incorporados em pelotões, sobre as ordens de um aspirante, que prática de incêndios tinha a mesma que nós soldados tínhamos, nenhuma.
    Fomos para a localidade de Areosa, ali o incêndio era devastador, não nos podíamos aproximar porque era um calor infernal, não tínhamos meios para o combater a não ser ramos de eucaliptos para bater nas labaredas e tentá-las abafar. Era uma missão impossível porque não aguentávamos ali muito tempo e os ramos eram logo incendiados. Andamos assim o resto da tarde e parte da noite. A fome era muita, não tínhamos jantado, e assim passamos a noite sem comer. Ao outro dia de manhã encontramos uma padeira, que andava distribuir o pão, pelos seus clientes, estávamos perto da povoação de Areosa, e a padeira ficou sem pão, compramo-lo todo, ela bem não queria mas a fome era imensa.
    Esta situação correu de boca em boca e então começaram a chegar habitantes com leite e café para nos distribuir. Ao meio dia a maioria da população levou-nos batatas, carne e outros géneros e nós em fila indiana lá recebíamos na mão esses alimentos, não havia lugar para pratos ou talheres. Pela volta das dezasseis horas é que chegava a nossa alimentação, ia de Braga para Viana e tinha de percorrer várias localidades, porque estávamos espalhados por elas.
    Assim andamos o fim-de-semana todo e fomos rendidos na segunda-feira. Os nossos familiares deslocaram-se para o quartel em Braga a saber informações pois nos órgãos de comunicação social foi dito que alguns militares tinham morrido queimados. No início da semana, terça ou quarta-feira, foi dado como instinto
    Quando vejo os incêndios vem-me à memória este acontecimento e lembro-me do trabalho e risco que correm os Soldados da Paz e o que lhes desejo é a maior sorte do mundo.
    Também sei que a maioria dos incêndios é por interesse e que os incendiários são uns coitados. Por força da minha ocupação lidei com vários e vi que tipo de pessoas era. Os seus mandantes gozavam com o infortúnio dos donos dessas matas e com o trabalho voluntarioso dos Soldados da Paz.

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  7. Estes são os homens que devemos honrar!
    Sem medalhas, mas com elevação.
    Sem discursos inflamados, mas dando-lhes condições materiais para a função.
    Sem choradeiras em tempo de óbitos, mas apoiando as famílias muito para além do luto.
    Sem elogios em alturas de fogos intensos. Mas elogios constantes a quem nada recebe e dá a vida por nós.
    Ser bombeiro voluntário está no sangue, dizem todos eles. Mas como no meu não está, só queria ser como eles!

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  8. Caro Osvaldo Castro,
    Grata pela referência, fico feliz por enriquecer o reconhecimento e a homenagem a este extraordinário trabalho cívico.
    Um grande abraço.

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  9. Caro Manuel Pacheco,
    Extraordinário e elucidativo testemunho, este que aqui, connosco, partilha... obrigado!
    Bem-haja!

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  10. Caro Nuno Pereira,
    O seu comentário é um manifesto de admiração justissimo, testemunho maior da humildade com que, também eu e todos os que de boa-fé assistem à coragem deste combate, nos curvamos perante os Bombeiros... o mundo seria, sem dúvida!, melhor para todos se vivessemos com o espírito dos Bombeiros ou, pelo menos, com a humildade de admirar e respeitar o seu altruísmo e a sua abnegação.
    Muito, muito obrigado e... Bem-haja!

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  11. Nestas horas de tristeza e de dor, especialmente para os familiares e amigos daqueles que nos vão deixando,são proferidas palavras sentidas por pessoas anónimas que ainda sabem reconhecer o trabalho, o saber e a dádiva com que os Bombeiros nos brindam todos os dias. Assim acontecesse o mesmo, para além das palvras de circunstância, por parte das entidades que deviam apoiar os Bombeiros, lhes deviam criar condições para mais e melhor formação e lhes deviam reconhecer a sua luta diária. Muito há a fazer para dignificar a função insubstituivel dos Bombeiros Portugueses.

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  12. ...apelo ao espírito de Bombeiro...que existe em cada um de nós...

    ...onda de solidariedade para com a Mafalda, António e Maria Clara...

    http://www.alandroalandia.blogspot.com/
    http://alandroal.blogspot.com/

    Saravah

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  13. Caro Carlos Pinheiro,
    Muito agradeço as suas palavras que, se me permite, aproveito para subscrever na íntegra.
    Bem-haja!

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  14. Querida Amiga,
    Subscrevendo o teu apelo ao Bombeiro que há em nós, faço também minha a homenagem que aqui registas.
    Aquele Abraço imenso sempre presente :)

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  15. Minha querida amiga, :)

    Mais que uma homenagem , a mensagem anterior tem o tom de máxima urgência e deve ser entendida como pedido de auxilio e entreajuda...solidariedade em tempo real...a Mafalda é pequenina, filha da Carla e do António, nossos amigos de infância, naturais e residentes no Alandroal...estão em aflição...peço que abram a janela para os links...e que contribuam!...

    Que a chama da solidariedade aconteça...esta é a minha prece…

    Saravah

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