Um novo conceito estratégico, promotor do reforço da cooperação e do trabalho em rede, designadamente com outras organizações, bem como a criação de um espaço comum de defesa e protecção dos territórios europeu e norte-americano materializada num escudo anti-misseis, foram dois dos objectivos da Cimeira da Nato 2010 que ainda decorre em Lisboa. Outro objectivo, da maior importância no plano da cooperação internacional, dado o aval da ONU à intervenção militar no Afeganistão, foi o estabelecimento do início do período de transição para a retirada das forças militares estrangeiras do território afegão que, negociado com o Presidente Hamid Karzai, definiu a data de 2014 para o início desta operação, preparada a partir de agora com o reforço da formação das polícias afegãs no sentido de viabilizar uma maior sustentabilidade à autonomia da gestão da segurança interna deste país, massacrado por décadas de guerra e que se continua a defrontar com a resistência à participação externa e a instabilidade repressiva e violenta no seu interior. A Cimeira da Nato vai agora, nos trabalhos paralelos da Cimeira Nato-Rússia, discutir e analisar o relacionamento deste país com a organização e o protagonismo da iniciativa é devolvido aos protagonistas que estiveram na origem da criação da Nato, dessa vez enquanto forças antagónicas e, hoje, enquanto parceiros, ou seja, os Presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev, cujas boas relações auguram o sucesso da iniciativa. Numa sociedade cada vez mais globalizada, onde os tráficos de armas, drogas e seres humanos servem os piores propósitos das redes de um contra-poder, a correlação de forças perante ameaças imprevistas e aparentemente avulsas mas, de fortissimo impacto mundial, recorre ao regime de compromissos alargado, como forma de redução da margem de manobra das iniciativas bélicas unívocas e, consequentemente, como estratégia de diminuição da probabilidade de ocorrência de conflitos armados detonados em contextos oportunisticamente susceptíveis de serem provocados a nível bilateral... Manter controlados politicamente os custos sociais da persistência da eclosão das guerras é uma das formas de prevenir a manutenção da Paz... outra, é a manifestação pacífica dos cidadãos que, apelando ao diálogo, relembram que a violência não pode e não deve ser argumento político - como se deseja que seja o caso da manifestação prevista para esta tarde entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, em Lisboa.
Continuamos numa de ilusões... "In 2009, Russia’s defense export giant Rosoboronexport sold arms in the amount of $7.4 billion, the company’s director Anatoly Isaikin told RIA Novosti news agency. In the future, Russia plans to increase the export of arms and would even be ready to sell weapons to Iraq and Afghanistan, the official said." Nem vou traduzir pois assim alguns continuam a viver na ilusão, o que também não é mau...
ResponderEliminarCaríssima amiga Ana Paula Fitas,
ResponderEliminarEstamos a virar uma página da História Universal com a saída anunciada e faseada do Afeganistão e com o novo conceito estratégico da OTAN assinado por líderes mundiais mais moderados, pois passámos de uma estratégia de guerras preventivas e de ataques como os realizados a populações civis inocentes na ex-Jugoslávia que devem ser relembrados. É, assim, positivo que a nova estratégia seja a da cooperação essencialmente defensiva e dissuasora de potenciais inimigos.
A Cimeira da Nato em Lisboa, a par das Manifestações pacifistas, garantem um tendencial afastamento da lógica belicista prevalecente durante a Administração Bush até pela razão do cansaço das tropas americanas resultante de vários anos em territórios estrangeiros.
Portugal, por sua vez, soube aproveitar para se prestigiar com este evento de decisões importantes na estratégia desta Organização e garantiu a permanência de um quartel militar da Nato no país, embora com perda de hierarquia a nível institucional.
Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
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