domingo, 21 de novembro de 2010

E agora, uma Cimeira Contra a Pobreza?


A Cimeira da Nato quebrou o tabu das relações entre EUA, União Europeia e Federação Russa a partir da mudança de atitude que Barack Obama assumiu, diplomaticamente, na sua relação com Dmitri Medvedev (ler aqui). Além disso, o novo Presidente dos EUA afirmou a necessidade de reforço da cooperação económica entre os EUA e a UE (ler aqui), reconhecendo que a criação de emprego é a primeira prioridade da política económica dos aliados para se ultrapassar a crise que, incontornavelmente, fruto da globalização que institucionalizou a interdependência, nos afecta a todos. Símbolo e evidência desta urgência, temos no nosso país uma taxa de empobrecimento elevadissima que, no mais recente estudo levado a cabo pela Universidade Católica em colaboração com o Banco Alimentar Contra a Fome, denota que um (1) em cada quatro (4) portugueses já passou um dia inteiro sem comer, "por falta de dinheiro" (ler Aqui). O endividamento como causa maior desta drástica subida do número de pessoas e famílias pobres que reconhecem a incapacidade de ascensão social e a reprodução geracional da pobreza ao afirmarem que "sempre foram pobres", é a realidade de uma população que não encontra sustentabilidade social no panorama económico de um país e de uma Europa onde o desemprego continua e vai continuar a subir... A globalização, canto de sereias dos mercados de há duas décadas até 2005, criou custos sociais de cuja resolução depende a credibilidade dos valores democráticos que tanto nos custaram ver reconhecidos. Hoje, a união de esforços de todos, a nível local, nacional, regional e mundial é, mais do que nunca, indispensável... teremos que ser todos aliados contra a Fome e para isso é preciso reforçar as redes de solidariedade em que podemos desenvolver estratégias viáveis de actuação... e isso passa pela política e pelo combate à violência gratuita, sem sombra de dúvida. Primeiro que tudo estão, inquestionavelmente, as pessoas... por isso, subjacente a todos os eventos internacionais, subjaz, impiedoso!, o fantasma da economia que teremos que vencer para que a Humanidade possa viver de forma mais digna ou seja, mais humana.

16 comentários:

  1. Ora aqui está uma Cimeira que pouco ou nada interessa, especialmente aos mesmos tipos que acabaram de fazer a outra aqui em portugal (p pequeno de propósito!) Eles até a podem fazer mas é só para enganar os ceguinhos!

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  2. Ana Paula,
    A Fome é o agressor mais sinistro .
    Vencê-lo, se alguma vez se conseguir essa victória, o que eu duvido mas não desisto, seria trabalho não de uma organização mas de todos os paises do Mundo.
    E aqui entram os interesses. Será que estão todos preocupados em resolver a questão ou há aqueles que fazem da Fome uma forma de agressão e de subjugação do outro ?
    Para resolver o problema da Fome por fora temos de resolver primeiro o problema da Fome por dentro e desta ultima existem diversos tipos.
    Estou em sintonia consigo mas este é um dos assuntos que mais dúvidas me deixa sobre uma possível, alguma vez na vida, completa resolução.
    Um abraço.

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  3. Cara Ana Paula Fitas
    Sim porque não uma cimeira contra a pobreza?
    Sabemos que grande parte dos países (teoricamente ricos) deitam quantidades enormes de alimentos para o lixo, porque passaram de prazo, só possível de acontecer porque a oferta é superior há procura. Sabemos que muito do que se consome nos paízes, que há muito ultrapassaram o limiar da pobreza, não se podem dar ao luxo de reparar no prazo de validade dos alimentos que lá (por várias vias) chegam.
    Sabemos que o que falta num lado abunda no outro. Parece-me que esta ideia de uma cimeira contra a pobreza, tem pernas para andar. Vamos a isso. Como diz o poeta: "uma razão mesmo vencida não deixa de ser razão".
    Abraço

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  4. Estou de acordo com o geral do seu texto e tenho pena de não saber expor as minhas ideias tão bem quanto a Ana Paula o faz. Mas....cimeira contra a pobreza....cimeira contra a pobreza, não interessa a nenhum dos que estiveram presentes nesta cimeira. Se interessasse, o problema da fome estaria resolvido. E, como se lê na legenda sobre a fotografia, " em 2020, uma em cada quatro crianças será subnutrida ". Portanto cimeira contra pobreza.....nós não conseguimos resolver o nosso problema da fome, andamos há 36 anos a lutar contra a pobreza, e que vemos? Mais pobreza! Sei que enquanto houver vida há esperança. Esperança para quem? Para os que entretanto morreram à fome e outros enriqueceram com isso? Huuummmmm!!!! Cimeira contra a pobreza....cimeira contra a pobreza...
    Abracinho, que já não pode ser muito apertado, porque as forças já vão faltando.

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  5. Caro Voz a 0 DB,
    ... mas, não podemos deixar de o dizer, meu amigo... não podemos!
    Abraço.

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  6. Miguel :)
    ... as dificuldades darão sempre sentido à vida... e esta é uma luta que não podemos deixar de travar porque é o nosso maior imperativo, cerne de toda a construção dos valores humanitários.
    Grande abraço.

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  7. Caro Folha Seca :)
    Obrigado!... obrigado pela força e por não desistirmos nunca... porque quanto mais percebermos a dificuldade do muito que há a fazer, mais nos empenharmos a dar voz às causas que merecem, sem reservas, o nosso sincero empenhamento.
    Um abraço.

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  8. Caro Zéparafuso :)
    ... não desistir, meu amigo, não desistir nunca! ... porque o passado foi duro e momentos houve que tudo parecia mais acessível, temos que acreditar que venceremos o presente!
    Um abraço amigo, grato e solidário.

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  9. Caríssima amiga Ana Paula Fitas,

    Subscrevo inteiramente a sua posição: a Europa, os EUA e o mundo têm de cuidar da pobreza que está a crescer vertiginosamente e a criar desigualdades cada vez maiores entre países e grupos sociais, mesmo dentro dos países desenvolvidos, com o empobrecimento das classes médias e o desemprego exorbitante que atingiu as nossas sociedades.

    Como já nos vinha dizendo Manuel Alegre, na esteira de outras personalidades de sensibilidade social, urge tocar no paradigma Global em que vivemos. Nessa medida, uma Cimeira contra a Pobreza organizada pela ONU tinha toda a relevância tanto mais que os Objectivos do Milénio com a crise que se instalou no modelo capitalista não irá permitir que se cumpram as metas a que se propuseram quase 200 Chefes de Estado.

    No entanto, importa não esquecer que temos de mudar de paradigma, recordando as palavras sábias de Vitorino Magalhães Godinho, não podemos continuar a apostar nesta economia do consumo do supérfluo que endivida as famílias e os Estados e mina a vital capacidade de poupança das populações que até J.B. Colbert no século XVII já percebia. O Marketing, o consumismo e a Globalização sem freio e o Comércio Mundial com regras ainda pouco claras e pouco dependentes do respeito pelos Direitos Humanos vieram causar esta preocupante crise que estamos a viver.

    Com esta Globalização só lucram os oligopólios e as economias que conciliam regimes totalitários com mercados capitalistas.

    É por isso necessária uma Cimeira contra a pobreza, por uma Globalização com regras, através de uma ONU com poderes reforçados para cumprir o seu papel Humanitário em defesa da dignidade e dos Direitos das populações mais carenciadas!

    Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
    www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

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  10. Carissimo amigo Nuno Sotto Mayor Ferrão,
    Excelente texto e excelente contributo para a questão colocada!... todos não seremos demais para o exigir pelos meios que ao nosso alcance tivermos no sentido de sensibilizar para o efeito... porque, meu amigo, como bem se lê nas entrelinhas do seu texto, é possível actuar e agir de forma capaz de promover a sustentabilidade social da erradicação da fome e da pobreza... o que nos falta é a coragem política dos líderes que temos e o poder de opinião pública reconhecida capaz de o exigir e de o materializar... acredito que conseguiremos!... apesar de recear que quando esse momento chegar seja demasiado tarde para muitos dos que, apoiados agora, poderiam escapar a um futuro sombrio que pode nem chegar a existir...
    Um grande abraço, meu amigo... com as minhas melhores saudações.
    Bem-haja!

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  11. Olá Ana,

    O meu nome é Margarida e sou a Responsável de Comunicação do projeto Paperblog.
    Gostaria de perdir desculpa por deixar um comentário no blog, mas não encontrei outra forma de entrar em contacto. Venho convidá-la para conhecer o projecto Paperblog: http://pt-br.paperblog.com/ cuja missão é valorizar e dar a conhecer o trabalho dos bloggers.

    Gostariamos que o seu blog fizesse parte deste projecto, uma vez que os seus artigos são muito interessantes e, tenho a certeza, que agradariam aos nossos leitores.


    Com os melhores cumprimentos,

    Margarida
    Responsável de Comunicação
    margarida [at] paperblog.com
    http://pt-br.paperblog.com/
    Twitter: #PaperblogBrasil

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  12. Socorro!!!!! Ouvi agora mesmo no noticiário que portugal ia empretar à Irlanda 1.000 milhões de Euros. Ouvi bem? Aumentam-me os impostos para poderem fezer empréstimos? Devo ter ouvido mal!!! Então, não temos dinheiro para "mandar cantar um cego" , carregam nos impostos, IVA para 23%, congelamento de salários, baixa de salários e emprestamos dinheiro? Pagamos juros dos empéstimos que contraímos a 7,45% e emprestamos dinheiro ? Economistas deste país, Socorro !!!!! Expliquem-me como é! E, ainda fala a Ana numa cimeira contra a pobreza? Continuo, a pensar que os nossos politicos, se estão borrifando para nós. Sacrificios para quê?

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  13. Olá Margarida,
    Foi com muito gosto que recebi a sua mensagem. Irei visitar o PaperBlog e, com certeza que irei gostar de integrar o vosso projecto.
    Um abraço.

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  14. Caro Zéparafuso,
    ... a interdependência económica é uma invenção cuja lógica de reciprocidade contradiz as regras do bom-senso... é caso sério para repensar e reorganizar sob pena de naufragarmos todos quando os lucros de sustentação dos "credores" não chegarem para os custos desta arquitectura financeira virtual que custa a dignidade das condições de vida aos cidadãos...
    Abraço.

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  15. O Ano Europeu foi um fiasco. Sem alaridos, os países sul americanos fzeram mais pelo combate à pobreza e à exclusão do que a UE

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  16. Carlos,
    É inacreditável como se desperdiça uma iniciativa como poderia ter sido este Ano Europeu para cada um andar, por seu lado, a contar e explicar a pobreza sem a capacidade de criar e fazer reverter todas as verbas para estruturas capazes de produzir trabalho/emprego e reduzir, de facto, o número de pessoas pobres... como bem diz, Carlos "os países sul-americanos fizeram mais pelo combate à pobreza e à exclusão do que a UE"... talvez porque tivessem o drama interiorizado e o encarassem com seriedade enquanto por cá se discutiam se os pobres o eram realmente ou se o fingiam ser...
    Abraço amigo, grato e solidário, Carlos.

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