domingo, 14 de novembro de 2010

Responder à Crise... para sobreviver...

Independentemente da lógica especulativa dos mercados (a que alude a entrevista a Joe Berardo que se pode ler aqui) e das pequenas boas notícias que é preciso aguardar para reconfirmar e consolidar no que respeita às tendências de evolução da economia nacional (ler aqui e ouvir aqui), a realidade encontra-se, indesmentível e urgente, nos factos de que, além do quotidiano, encontramos expressos em informações como as que podemos ler Aqui e Aqui... porque os pedidos de ajuda que as IPSS's registam por todo o país, são a manifestação clara das condições de vida dos cidadãos a que é preciso dar resposta, seja qual for o estado e o resultado das contas públicas... porque as famílias e as populações não podem continuar a pagar o preço imposto por uma lógica financeira que as torna reféns de uma pobreza que, para além de lhes hipotecar o presente e o futuro, atrasa decisivamente o desenvolvimento das competências de produtividade e competitividade que é preciso aumentar sob pena de assistirmos ao implodir da vida social do país... Para o evitar e tornar viável a governabilidade, é indispensável que Governo e Parceiros Sociais se empenhem na definição concertada de soluções imediatas para uma crise que requer, no imediato, decisões de carácter assistencialista ao nível das políticas sociais e da criação de emprego que possam garantir a criação, no curto prazo, de mecanismos de auto-sustentabilidade cujas redes possam, no médio prazo, desenvolver a sustentabilidade socio-económica endógena sem a qual continuaremos ao sabor dos ritmos das crises que, pelas mais diversas razões, vão continuar a emergir, no quadro de uma economia globalizada cujos mercados se equilibram a partir das suas próprias flutuações.

5 comentários:

  1. Esperar algo de novo, inteligente, honesto e educado de partidos políticos que dominaram a Assembleia da República nos últimos 35 anos (muito por culpa de um Povo anestesiado e facilmente influenciável pelos media), é o mesmo que esperar que vamos conseguir reduzir as emissões de CO2 e salvar o Planeta do Aquecimento Global.
    Enquanto o Povo não tiver o estômago colado às costas, a situação não se vai alterar. Aliás basta ler e ouvir o que as sondagens e "comentadores" já começam a debitar!!! Mais da mesma sopa bolorenta! Mas felizmente, que a época de termos o estômago colado às costas, já não está assim tão longe. Por isso, pode ser que alguma coisa de útil se tire desta "crise".

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  2. Caro Voz a 0 DB :)
    ... a verdade, nua e crua, tem, muitas vezes, o dom de "arrepiar"... esperemos que o "arrepio" acorde os que se embalam ao som da demagogia repetitiva e sem soluções antes do som doloroso do grito da fome se torne o hino mobilizador de uma revolta que ninguém sabe em que pode degenerar...
    Obrigado!
    Um grande abraço.

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  3. Visualizei o seu comentário como sendo um violino a tocar no meio de explosões, onde apenas os que acordaram são capazes de o ouvir. Os que estão em coma profundo pensam que a música do violino são os sons das explosões.

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  4. E eu o seu como o testemunho de que a Poesia é uma Arma e a Lucidez um Manual de Interpretação :)

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  5. Ana Paula,
    Louvável como sempre a consciência cívica e de justiça social com que crítica um sistema podre e obsceno, de complexa erradicação. O tumor da crise está no ‘sistema financeiro internacional’; tumor esse que os líderes políticos mundiais se recusam a extirpar (bolsas, investidores institucionais e especulativos, paraísos fiscais…). Estes agentes da desgraça da grande maioria da população mundial têm de ser eliminados (uns) e controlados (outros). Ainda há pouco o presidente do Banco Mundial, Robert Zoeleck, dizia que todos os dias há mais de mil milhões de seres humanos que vão para a cama de ventre vazio. Quando o presidente de uma instituição desta envergadura se fica por este tipo de queixumes, que poderão fazer os políticos de um pequeno país como Portugal? Uns governar mal e outros, demagogicamente, garantir que governariam a bem do povo. Não acredito nem nos primeiros, nem nos últimos. Talvez um dia as “ruas” se amotinem a sério, em vários azimutes. Talvez! Mas tudo para mim é por ora nebuloso e, em cada dia, há mais gente a cair na miséria. Até quando? Não sei.
    (P.S.: Renovo aqui a transmissão de cumprimentos da Dr.ª Fátima e do Dr. Luís Gonçalves).
    Um abraço amigo,
    Carlos Fonseca

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