quinta-feira, 14 de maio de 2009

Leituras cruzadas...

Foi particularmente gratificante ouvir hoje, de novo mas, de forma contundente e explicativa, a condenação que Barack Obama fez do uso e recurso à tortura, evocando inclusivé, o código militar... ocorreu-me, a este propósito, o filme "Uma Questão de Honra" onde, se bem se lembram, fica claro o recurso ilegítimo ao que ficou conhecido pelo "red code" que, efectivamente, é preciso banir, condenar e punir... porque os Direitos Humanos são, como indica a sua própria conceptualização, para todos! ... Sem "códigos vermelhos" a tão propalada transparência só tem a ganhar, contribuindo para que a comunidade internacional ou, em última análise, a opinião pública continue a deter autoridade moral para condenar as práticas de má-memória que reeditam ou retomam construções que a Democracia e a Europa Social que queremos construir deve cuidar de evitar, em nome dos valores da dignidade e do humanismo e, até da própria segurança que tanta preocupação causa a Estados, Governos e Cidadãos... Leiam-se a propósito o texto de Carlos Santos no Valor das Ideias e, analogicamente, sobre o já antigo "estado da arte" do que hoje faz a nossa crise, o texto de Vitor Oliveira Jorge no Trans-ferir... Nestes contextos, faz, por isso, sentido referir aqui alguns textos que vale a pena ler, como, por exemplo, os textos sobre a política italiana de Berlusconi que começa a ultrapassar largamente os limites da democraticidade, publicados pelo Daniel Oliveira no Arrastão e pelo Carlos Castro no Eleições 2009... No que se refere à questão da imigração, por cá, a solução adoptada pode ler-se no Diário Digital... E, para que nos não fiquemos eternamente a lamentar sobre as soluções políticas do nosso país, leiam-se, os textos de Hugo Mendes no País Relativo sobre as desigualdades e a notícia de Miguel Abrantes no Câmara Corporativa, sobre o facto de, na corrida ao "salvamento" dos bancos provocada pela crise, Portugal ter tido um comportamento mais sensato do que muitos dos nossos parceiros económico-políticos.

3 comentários:

  1. Quando me pergunto se sei “definir” o que é a “dignidade humana” chego à conclusão que não há definição, mas citando Miguel B. Pereira : “Do ponto de vista filosófico, é profundamente elucidativo que no preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 10.12.1948, continue a metáfora da «casa grande», pois nesta Declaração o reconhecimento da dignidade de todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis é pedra angular da liberdade, da justiça e da paz do mundo” (deixo a “fonte” caso queira espreitar: http://saavedrafajardo.um.es/WEB/archivos/Coimbra/08/Coimbra08-01.pdf )..Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Ao Rui Caetano e à Jeune Dame de Jazz,

    "Estas políticas...", caro Rui, deixam-nos a pensar que é importante continuarmos a falar (aproveito para o saudar pelo seu blog que deve ser o que de mais saudável, além das flores e do mar, se encontra na "pérola" do Atlântico)...

    porque, como cita a Jeune Dame de Jazz, "o reconhecimento da dignidade de todos os membros da família humana ... é pedra angular da liberdade, da justiça e da paz do mundo".

    Obrigado a ambos. Um abraço.

    ResponderEliminar