segunda-feira, 31 de maio de 2010

Das Presidenciais (1)

Até à data da sua realização, em 2011, muito se irá escrever sobre as próximas eleições presidenciais; contudo, neste momento, sinto necessidade de pensar em perspectiva, ainda que de forma breve, este acto cívico de crucial importância política para o país. Suscita-me a reacção um certo registo emocional que se denota em grande parte das expressões de apoio aos três candidatos que estão no terreno e que, excessivamente, afirmam esse apoio sustentando a respectiva assertividade na sua vontade de evidenciarem uma pública oposição aos restantes. É pouco, é demasiado elementar e é, essencialmente, grave para a responsabilidade cívica, ética, política e social que deve estar subjacente ao exercício da participação democrática esclarecida. Não podem por isso lamentar-se ou, com autoridade moral, comentar criticamente de forma credível, a evocada natureza identitária do país, dita de "brandos costumes" e que, culturalmente, tem determinado o tipo de relações socio-políticas que define escolhas, conteúdos e protagonistas nas áreas estruturantes da gestão do poder e dos serviços. A conjuntura económica e política, quer nacional, quer europeia é, de todos, conhecida e o agravamento da sustentabilidade social não legitima voluntarismos ou corporativismos assentes em questões pessoais ou interesses de grupo. Por isso, considero grave e quiçá perigoso para a democracia, esta tendência de fazer prevalecer sobre o interesse nacional e da Polis, sentimentos de retaliação e honra que caracterizam sociedades cujos laços de dependência interpessoal se sobrepõem à dimensão política e colectiva das decisões. Há, também aqui, um vestígio de uma ruralidade enfeudada a lógicas que se reduzem aos mundos individuais e familiares, alheadas da noção efectiva do bem-comum. Por este conjunto de razões, quem tem responsabilidades na formação da opinião pública, deveria encarar o problema não em termos de consequência de expectativas goradas, desilusões ou projecções utópicas que se alimentam a si próprias, recusando pensar a realidade apenas pelo cansaço humano que o desalento provoca, criando, pela necessidade de acreditar, mitos que, como sempre, depois de escalpelizados, deixam à vista "pés de barro".

domingo, 30 de maio de 2010

O Partido Socialista apoia Manuel Alegre







A Comissão Nacional do Partido Socialista anunciou o seu apoio oficial a Manuel Alegre. A decisão foi transmitida por Francisco Assis num discurso veemente que reflecte os interesses dos portugueses e que se identifica com os princípios, os valores e as razões que sustentam a candidatura de Manuel Alegre. Afirmando que se trata de uma candidatura independente que irá alargar a sua base de apoio para além do eleitorado tradicional do PS, do centro-esquerda à esquerda, Francisco Assis afirmou que o objectivo é ganhar as eleições presidenciais de 2011. A esquerda tem, finalmente, um candidato em condições de dignificar a sociedade portuguesa com as competências políticas, cívicas e culturais que o século XXI requer e de que o estado complexo das democracias europeias contemporâneas precisa.

O Apoio do PS a Manuel Alegre...



O Partido Socialista reúne hoje a sua Comissão Nacional e aí decidirá o seu apoio à candidatura presidencial de Manuel Alegre... No panorama que se coloca hoje aos portugueses, expostos como sempre às tácticas e estratégias políticas das máquinas ou movimentos de apoio aos candidatos (de que o DN destaca uma pequena mas ilustrativa síntese que se pode ler Aqui), esperemos que o apoio do PS a Manuel Alegre seja claro e, acima de tudo, que se venha a revelar útil, empenhado e convicto... porque, como se costuma dizer: "só faz falta quem está"! Por mim e por muitos de nós, Manuel Alegre é, inequivocamente!, o Presidente de que Portugal e os Portugueses precisam! Com alegria e confiança, vamos eleger Manuel Alegre!

O povo saiu à rua...

... é o nome de um texto publicado por mim, há pouco, no Aventar e que pode ser lido AQUI.

Da Arte, da Vida e do Humor - Uma Lição de Elis Regina e Adoniran Barbosa

sábado, 29 de maio de 2010

BB King - um episódio para a história da cultura em Portugal



Deve estar já a decorrer o que, para mim, amante do blues, deve ser um dos mais notáveis eventos culturais que, no que a concertos respeita, integrará a lista dos que merecem a categoria de "notáveis" realizados em terras portuguesas. Trata-se de BB King. O concerto está a acontecer em Sabrosa e, sinal claro do seu efectivo carácter cultural, é o facto de, extraordinariamente, este ser um concerto gratuito (ler AQUI a notícia do Blitz).

Da luta, hoje, 29 de Maio de 2010...


Hoje, sábado, dia 29 de Maio, a expressão do descontentamento social com o rumo das políticas económicas que caracterizam as democracias ocidentais sairá à rua, numa manifestação convocada pela CGTP para as 15h, em Lisboa... e porque o sentido das mensagens deve ser claro, será o Governo o protagonista desta campanha de luta que, um pouco por toda a Europa se faz e irá continuar a fazer sentir, sempre, naturalmente!, contra os respectivos Governos! Um dia virá em que todos os países da União Europeia, em simultâneo, farão manifestações contra as determinações económico-financeiras emanadas de Bruxelas, como forma de exigir que os Governos dos Estados-membros tomem medidas no sentido de reformar efectivamente o rumo político económico-financeiro da UE, dando indiscutível prioridade ao interesse das pessoas através da materialização de medidas concretas, eficazes e concertadas, de diminuição drástica do desemprego, de criação de postos de trabalho, de reforço dos aparelhos produtivos nacionais e de cumprimento pelo inalienável respeito que deve vincular os Estados à defesa dos direitos dos cidadãos. Entretanto, a propósito deste contexto de luta pelo direito das pessoas a condições de vida dignas, ouvi esta manhã, na RTP, ao convidado do comentário noticioso da semana, uma sugestão que, inaudita pelo seu extraordinário conteúdo que nos habituámos a integrar na categoria das "fantasias" e "utopias", é importante registar por se tratar de uma afirmação inequívoca e desinteressada do ponto de vista de quem, objectivamente, está apenas a pensar nas pessoas. O seu autor é o actor Ruy de Carvalho e a afirmação, em resposta à questão da solução para a crise, para o desemprego e para as contas públicas, foi a seguinte: "É preciso ir buscar o dinheiro onde ele está. Portanto, porque é que se não cobram aos bancos 50% dos seus lucros? Ainda ficariam muito ricos... esse dinheiro é de todos nós e temos, por isso, direito a dele também beneficiar!". Pois... a coragem e a lucidez da frontalidade do pensamento desinteressado tem o mérito de encontrar e apontar soluções que, mesmo à vista, são ignoradas porque o excesso de informação e de argumentos, como a árvore, perante alguns olhares, nos impede de ver a floresta. Um dia virá em que os povos exigirão, colectivamente, a coragem política aos governantes de todo o mundo, por sociedades mais justas que possam realmente preservar a vida humana e o planeta em que vivemos... porque, como está à vista na monstruosa maré negra resultante da recente e incontrolável explosão da plataforma petrolífera que está a matar a vida no oceano com consequências devastadoras, não poderemos continuar a proceder irracionalmente na exploração dos recursos naturais e humanos sob pena de, a troco de uma lógica capitalista, industrial e tecnológica, justificada pelo liberalismo e a globalização dos mercados, destruirmos esse magnífico património que é a própria existência humana tal como a conhecemos: enquadrada em sociedades que valorizam os direitos, a igualdade, a democracia e a liberdade.
(As imagens deste post publicadas inicialmente foram alteradas por uma questão de apresentação gráfica do texto)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dos Barómetros Políticos às Prioridades Sociais...


O mais recente barómetro TSF/Diário Económico dá ao PS uma descida percentual de 16 pontos e, consequentemente, permite ao PSD e à sua recente liderança alcançar uma margem próxima dos 44%. As explicações sobre o significado destes resultados, na interpretação do próprio Diário Económico (ler AQUI), são importantes uma vez que esclarecem o seu fundamento, a saber, o facto de decorrerem das negociações para a aprovação do Orçamento Geral do Estado. Entretanto, com as novas medidas de austeridade lançadas pelo Governo e, no contexto mal-esclarecido em que muitas delas, nos últimos 2 dias têm vindo a público (é o caso da dita "sobretaxa do IRS" e dos cortes nos apoios aos desempregados que, recentemente, tinham vindo a ser aprovadas para reforçar a difícil situação em que se encontra uma já significativa percentagem dos cerca de 600 mil desempregados que temos), os sinais de um efectivo descontentamento social começam a fazer-se sentir espontaneamente, não se esgotando nas manifestações organizadas pela oposição. A clareza do discurso justificativo, a desdramatização dos exageros especulativos e a reavaliação de algumas das mais prementes realidades sociais é, de novo, prioritária. Os portugueses merecem, mais do nunca, sentir que os esforços para que estão a ser convocados são resultado de uma séria ponderação, sem retrocessos e hesitações discursivas que agudizem a disponibilidade para a criação de uma imagem de desorientação governativa. Além disso, é fundamental que, neste momento, o Governo denote que, para além do défice e das contas públicas, proteger os cidadãos da pobreza extrema e do risco de agravamento do endividamente incomportável, é, ainda, a prioridade do Estado... para que não sucumba de vez a ideia da defesa do Estado e da Europa Social.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Presidenciais 2011 - O Candidato do PS, segundo Vital Moreira


A política deve, acima de tudo, servir a "res publica"! Recorrentemente, utilizar a política para responder a interesses corporativos ou questões pessoais pode constituir-se como atentado ético à nobreza que, conceptualmente, se requer à responsabilidade social que implica a gestão da Polis. É, por isso, digno de nota, o texto que, hoje, o eurodeputado independente Vital Moreira, Professor de Direito Constitucional, publicou no seu blogue Causa Nossa, revelando que o sentido do Estado se deve, sempre!, sobrepôr, a qualquer tentação personalizada que, sob a capa de hesitações, dúvidas ou demogogia, ponha em causa os interesses colectivos de uma Nação. O problema é, aliás, particularmente pertinente e grave no momento actual, uma vez que a construção do federalismo europeu se defronta com uma profunda crise económico-social que, ao atingir todos os seus Estados-membros, acentua a necessidade de coesão social que, terá que se confrontar com reformulações da sua arquitectura económica e, simultaneamente, com especificidades nacionais que é preciso saber defender. (Ler AQUI o texto do Professor Vital Moreira)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ouvir a Direita e Escutar a Esquerda entre o Desemprego e as Desinteligências... deixa-nos Livres para Pensar


Ouvi ontem que a Brisa se prepara para eliminar os postos de trabalho dos "portageiros", substituindo-os por máquinas capazes de proceder à operacionalização dos pagamentos. Fiquei chocada!... sim, sei que já não deveria chocar-me com "tão pouco" mas, a verdade é que fiquei indignada com o desassombro com que as entidades empregadoras, em contextos de crise económico-social tão grave, apregoam, como se de uma boa notícia se tratasse, a extinção de emprego para um número significativo de cidadãos. É uma questão de inteligência ou falta dela! É, além do mais, uma questão de princípios! Nos tempos que correm, encontrar máquinas a quem se paga é tão vulgar como "beber copos de água" e do anúncio em análise nada de interessante resulta, a não ser a comum constatação que decorre do antagonismo de interesses entre o bem-comum (entendido como uma espécie de ecológico bem-estar social) e os dos empregadores (conhecidos também como patrões, capitalistas, etc.). Por isso, a ideia provoca apenas a imagem de uma poupança sem rosto que resulta em lucros feitos de lágrimas de pessoas "de carne e osso"... E por falar em desinteligências, é urgente ter presente que a desconsideração humana e a aritmética do lucro cego, continua a ser o discurso torpe da direita! Ontem, na entrevista que Miguel Sousa Tavares fez a Eduardo Catroga no programa "Sinais de Fogo", ouvir o ex-Ministro das Finanças do PSD dizer que a crise se resolve com a dupla e simultânea diminuição dos impostos a pagar pelas empresas e do consumo dos cidadãos, a que se pode acrescentar, no dizer deste contabilista, o aumento da poupança das pessoas... fez-me tremer e pensar que, a partilhar da fé comum que emerge nas profanas expressões de espanto, certa seria a minha sincera e profundamente verdadeira invocação: "Deus nos livre de tais governantes e de tais planos de governação"! Extinguir empregos e entregar populações à indigência e à miséria, "cortando-lhes os víveres" e esmifrando-lhes a sobrevivência em nome da poupança é de uma inaudita crueldade acéfala nos tempos que correm. E de tal ordem foi a minha indignação que, hoje, ao ler os destaques da esquerda (ver o texto do Daniel Oliveira publicado no Arrastão, a referência de Nuno Ramos de Almeida no Cinco Dias e o texto de Ricardo Paes Mamede no Ladrões de Bicicletas) sobre a entrevista de Joseph Stiglitz, me ocorreu a urgência de, a todos!, relembrar que nada do que o excelso economista afirma, se destacar pela novidade já que, em plena discussão da adesão ao Euro, por cá, se travaram sérios argumentos sobre o assunto que, na altura, levaram a que, humildemente, eu própria, apresentasse uma inesperada comunicação a um Congresso Extraordinário sobre o Alentejo, realizado no concelho de Moura, sob o título: "A Moeda Única Europeia" (que viria a ser publicada no Diário do Alentejo). Por isso, se é bom trazer à memória dos dias os contributos actuais de quem pensa com a autonomia de que Stiglitz dá mostras como contributo para a formação de uma opinião pública esclarecida, melhor seria que reformulassemos a conhecida ideia de Marx que apela à prática da transformação teoricamente enunciada e deitassemos, todos juntos!, mãos à obra - porque, se as frases para compreender e transformar o mundo estão escritas, agora, o que, de facto!, nos falta é encontrar os meios adequados à sua concretização. E isso, em democracia, só com boa-fé e pelo diálogo poderemos realizar.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Valupi, o Mestre...

Valupi é uma personalidade fantástica do mundo cultural português... uma identidade ficcionada cuja realidade é mais forte que o mundo hipócrita em que vivemos... um homem que chama "os bois pelo nome" com a franqueza desassombrada de quem não receia nem a sombra de quem quer que seja, senhor da ousadia rebelde e insubmissa de quem conhece o valor da palavra, o peso da desmistificação da demagogia e a liberdade de pensamento que se requer numa sociedade democrática exemplar! E se eu lhe devia já, pelo menos um post de reconhecimento que em comentário lhe prometera (ver AQUI), para o qual buscava ainda a difícil inspiração e graça merecedora do seu nível, hoje, depois disto (ver AQUI), são estas as palavras que penso em directo para este teclado onde escrevo, coração nas mãos e razão no lugar onde se encontram a ética e a justiça: Obrigado, Valupi!... You're really a special one! :) e até acredito que tenhas sido o inventor da Vénus de Milo :)
Aquele abraço!

domingo, 23 de maio de 2010

Leituras Cruzadas

As democracias sobreviverão se souberem resolver o dilema que se lhes coloca: insistir na continuidade de um modelo de gestão ditado pela lógica financeira ou optar pela reestruturação político-económica de que carece o objectivo de consolidação da Europa Social. Inevitável, a reorganização federal que, paulatinamente, tem vindo a ser construída, implica opções económicas capazes de reforçar as competências produtivas nacionais, reduzindo drasticamente o extremo grau de dependência do funcionamento dos mercados (real, nominal e especulativo). Se assim não fôr e se a União Europeia perder a oportunidade que a actual crise oferece de se reformar estruturalmente, não será por certo uma Europa Social aquela onde vamos continuar a viver! Sinais evidentes de que este não é o caminho certo são, designadamente, as situações a que foram conduzidos várias economias europeias, de que Portugal é um caso paradigmático porque a sua persistente debilidade económica, permitiu que o mesmo endividamento que tem aguentado o país, desembocasse na crise socio-económico que estamos agora a pagar. E se, infelizmente, o problema nos não atinge apenas a nós (leiam-se os textos de Daniel Oliveira no Arrastão, de Vitor Dias no Tempo das Cerejas e de Osvaldo Castro no Carta a Garcia), o caso português defronta-se ainda com uma realidade política interna que revela contradições e sérias dificuldades na procura de soluções concertadas, capazes de atenuar os efeitos sociais das medidas de austeridade (leiam-se os textos de Valupi no Aspirina B, de JMCorreia-Pinto no Politeia, de Filipe Tourais no País do Burro, de MFerrer no Homem ao Mar, de Weber no Mainstreet e de Francisco Clamote no Terra dos Espantos). Como se não bastasse, a oposição ocupa o espaço de estudo, análise, debate, negociação e re-negociação permanente que é preciso desenvolver na democracia portuguesa, em discussões que revelam interesses pouco respeitosos para com o Estado de Direito (leiam-se o destaque de Osvaldo Castro no Carta a Garcia e o texto de Pedro Soares de Albergaria e de Eduardo Maia Costa no Sine Die). Entretanto, a realidade continua o seu trajecto (leia-se o texto de Manuela Araújo no Sustentabilidade é Acção) e os esforços pacíficos e inequivocamente válidos de algumas medidas, continuam demasiado lentos face à urgência da intervenção humana seja na protecção da natureza e do ambiente (leia-se o texto de Carlos Júlio no A Cinco Tons), seja no combate à pobreza e ao desemprego (leia-se o texto de Paulo Pedroso no Banco Corrido)... A terminar o Leituras Cruzadas de hoje, deixo um destaque para o texto de João Tunes no Água Lisa, uma chamada de atenção para a poesia de Marcela Palermo do La Tramamericana e um agradecimento muito especial ao meu grande amigo Poet'anarquista!

sábado, 22 de maio de 2010

Obrigado, Mourinho!


Não tenho o hábito de escrever ou comentar futebol mas, hoje, não resisto! Acompanho o trabalho de José Mourinho desde o Futebol Clube do Porto e sinto-me, desde então, adepta incondicional das equipas de que é treinador! Porque, de facto, é simplesmente deslumbrante, a inteligência estratégica do melhor treinador do mundo!... Mourinho é português e sinto orgulho por isso!... O seu aturado e incansável estudo, esforço e determinação merece a admiração incondicional de todos! ... Um treinador faz uma equipa! - eis a grande lição!... Por tudo isto e pelo futuro: Obrigado, José Mourinho!

Do Inquérito Luso-Castelhano...


Hoje de manhã ouvi, na RTP1, a divulgação de um inquérito feito a portugueses e espanhóis em que se tentava apurar da receptividade de um e outro povo relativamente à criação de uma união ibérica. Com todas as relatividades (não sei como foi constituída a amostra mas a RTP garantia uma fiabilidade acima dos 95%), a que se não pode deixar de acrescentar a dimensão e percepção da crise económico-social que atravessamos, é interessante constatar que 50% dos portugueses se mostrava favorável à ideia enquanto apenas 30% dos espanhóis partilhavam essa opinião... saliente-se contudo que, segundo um especialista da matéria, 30% da população espanhola é, no caso, também, uma elevada taxa de boa recepção à ideia - nomeadamente porque, segundo disse!, este é um assunto que não faz parte da agenda espanhola! Do facto, destaco apenas que esta aproximação às representações sociais nacionais reflecte uma profunda descrença na capacidade da sociedade portuguesa resolver os seus problemas... ora, este problema é muito mais grave para a auto-estima do país e para a sua resiliência, do que se pode ser tentado a pensar, através da redução do problema a questões de descontentamento político com o Governo!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vale a pena ver e ouvir!

Um exemplo cívico de pedagogia mediática...

Actualidades políticas... Surpresa - ou talvez não?!



Convém esclarecer, "a priori", que este apontamento não pretende opinar, discutir ou explicar o que aqui se regista mas, apenas, chamar a atenção para a sua constatação. Apesar de toda a "gritaria" política e mediática, foram hoje divulgados alguns dados e informações que merecem a reflexão de todos: o barómetro mensal denota uma ligeira subida do PS, regista descidas para o PSD e o CDS e constata que a maioria dos portugueses considera inevitável a subida de impostos! Além disso, Madrid garante que, conforme o previsto, o TGV chegará à fronteira portuguesa do Caia até 2013!... Moral da história: nem sempre o que parece é!... por isso comentadores e políticos, ao invés de tomarem por realidade os seus desejos, deveriam atender à cultura e ao quadro de representações sociais da maioria da população portuguesa. Talvez assim, com interpretações e leituras ajustadas à realidade, tornassem mais credíveis as suas especulações e contribuissem de forma positiva para ajudar a formar uma opinião pública esclarecida.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Do Primeiro-Ministro aos Banqueiros e da Oposição ao PE


Demagogia e falta de escrúpulos caminham, excessivas vezes, de mãos dadas e subjaz-lhes, sempre!, uma total falta de bom-senso! Nada disto seria grave se não afectasse, de facto, os interesses do país e dos cidadãos mas, em verdade se diga: afecta!... afecta e agrava a confiança das pessoas, dos mercados e, consequentemente, a economia nacional. Depois da entrevista que o Primeiro-Ministro deu ontem à RTP 1, onde se reconheceu a determinação e a consistência da governação por si liderada vieram hoje os banqueiros deitar "gasolina na fogueira" suportando as declarações de F.Ulrich (que diz estar para breve a intervenção do FMI em Portugal!!!) com uma manifesta ausência de sentido de responsabilidade social, alardeando que as pessoas vão viver pior (grande novidade!!), ignorando e branqueando completamente a culpa da lógica dos mercados financeiros e do liberalismo "sem peias" na eclosão de uma crise que não pára de crescer desde 2007. Ao invés destas "lágrimas de crocodilo" desejável seria ter ouvido que iriam colaborar no esforço colectivo dos portugueses e dos europeus, baixando ou eliminando "spreads", taxas de juros ou anunciando novos mecanismos de negociação de créditos/débitos no activo!... mas, não! É muito mais fácil puxar fogo "à palha" e assumir um grau de vitimização ridículo aos olhos dos cidadãos que respiram de alívio por não serem eles os governantes! E no âmbito da referência à entrevista de José Sócrates, ontem, dela registo apenas 2 notas, a saber: 1- o facto de terem insistido no pedido de desculpas do PM aos portugueses por contrariar o propósito eleitoral de não subir os impostos; 2 - o facto de, em comentário na RTPN, Morais Sarmento, ter dito que não iria haver eleições este ano porque José Sócrates manifestara claramente que não iria abandonar o Governo. Pois bem! O facto é que só faria sentido tal pedido de desculpas se a medida decorresse não das exigências europeias que se colocam ao país mas, apenas de uma decisão pessoal ou corporativa; quanto às afirmações de M.Sarmento, é curioso constatar como a esforçada "habilidade" política do seu argumentário revela a ansiedade de governação do PSD, ao expôr o que nunca foi claro senão para este partido ou seja, que José Sócrates tencionaria interromper o seu mandato. A acentuar este nervosismo do PSD, conhecemos hoje a intervenção do agitador eurodeputado Paulo Rangel que, mais uma vez, se lembrou de ir estimular a intriga no espaço europeu, tentando reactivar a desconfiança dos mercados, contrariando a lógica de maturidade política, solidária e coerente, dos restantes Estados-membros do Parlamento Europeu. Depois de tudo isto, a apresentação na AR de uma moção de censura do PCP ao Governo, na próxima 6ªf, e as posturas de "dividir para reinar" que se vão fazendo ouvir, levam-nos a pensar que, na realidade, os anseios corporativos se continuam a sobrepôr, inquestionavelmente, ao interesse nacional. Nenhuma destas afirmações contraria ou negligencia a consciência da gravidade dos problemas, designadamente, o do drama do assustador número de desempregados com que Portugal se confronta! Pelo contrário! É a consciência da gravidade da situação que apela ao esforço de todos no sentido de criar ou colaborar para que sejam criadas condições de resolução dos problemas, de forma crítica mas, efectivamente, construtiva e eficiente!... mas, quando se chega a este ponto da discussão, as alternativas do PSD esgotam-se no pouco criativo apelo ao reforço dos mecanismos liberais que nos conduziram à crise e, no que respeita às do PCP e do BE, está por provar e demonstrar que têm, de facto, propostas viáveis que se não reduzem à simples indicação de apenas algumas mudanças táticas ou estratégicas que, em pouco, ajudariam a debelar as dificuldades que caracterizam o quadro real da economia portuguesa. Nos tempos que correm o que os portugueses exigem aos políticos é... trabalho!... estudar, propôr, negociar, reformular e voltar a negociar, sem desistências ou atitudes cegas de pura negação seja da realidade, seja, gratuitamente, de todas as propostas que sejam apresentadas sem ser pelos próprios!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Também por Federico, um dos desaparecidos...

"(...) O poeta é uma árvore

com frutos de tristeza

e com folhas murchas

de chorar o que ama.

O poeta é o médium

da Natureza

que explica sua grandeza

por meio de palavras.


O poeta compreende

todo o incompreensível

e as coisas que se odeiam

de amigas, as chama.

(...)

Poesia é o impossível

feito possível. Harpa

que tem em vez de cordas

corações e chamas. (...)"

(Federico Garcia Lorca - excertos do poema "Este é o Prólogo", trad. W.Agel de Melo)

O poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca é um dos desaparecidos da Guerra Civil de Espanha, depois de assassinado em Granada em 1936, na sequência do seu inequívoco apoio à República e da sua assumida orientação sexual homossexual. O seu corpo pode estar entre os restos mortais encontrados nas valas comuns que, entre outros meios de prova, fundamentam o esforço do Juiz Baltazar Garzón em investigar os crimes do franquismo, lançando um inquérito sobre as vítimas da ditadura. A iniciativa do juiz Baltazar Garzon dera resposta à exigência do Comité dos Direitos Humanos da ONU relativamente à abolição da lei da amnistia (aprovada dois anos depois da morte de Franco, para impedir a recuperação dos corpos das valas comuns por milhares de familiares das vítimas da guerra civil) mas, a interposição de recurso por 3 organizações de extrema-direita (entre as quais se conta a reconhecida "herdeira" do movimento franquista Falange), conseguiu que a Justiça espanhola suspendesse de funções o Juiz Garzón que tem recebido apoios das organizações, activistas e simpatizantes da luta pela defesa dos Direitos Humanos de todo o mundo! Pela não cumplicidade com a iniquidade, pela Justiça, pela Liberdade e pela Democracia, é justo o grito que, como uma senha, se agita nos dias que correm: NO PASARÁN!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Da Homofobia à Intolerância Religiosa - Do Brasil ao Irão e à ONU




Hoje, 17 de Maio, celebra-se o Dia de Luta Contra a Homofobia e, a propósito do persistente combate que é urgente continuar a travar pelos Direitos Humanos e contra todas as formas de discriminação (sexo, religião, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, estatuto económico, etc., etc., etc.), ocorreu-me a notícia que ontem foi divulgada a propósito da manifestação organizada na praia de Ipanema, no Brasil, contra a visita do Presidente Lula da Silva ao Irão onde a perseguição a pessoas em função da orientação sexual e religiosa é um atentado imoral aos direitos cívicos dos cidadãos que se inscreve numa ideologia anti-democrática que nega o Holocausto e recusa o combate ao recurso a armas nucleares. No Irão, são vítimas de perseguição não só cidadãos e cidadãs homossexuais e mulheres que lutam pela emancipação da condição feminina, mas, também, todas as pessoas que professam ideologias políticas e religiões diferentes (de que é justo destacar a Comunidade Fé Bahaí). A terminar este apontamento, registo, com sincero regozijo, a afirmação de José Sócrates sobre o seu apoio à eventual candidatura de Lula da Silva a Secretário-Geral da ONU (ler Aqui)... até porque, apesar dos justos protestos organizados no Brasil contra a visita do Presidente brasileiro ao Irão, para além do perfil profundamente realista e humanitário de Lula da Silva, é necessária à eficácia do exercício deste cargo da ONU de reconhecida importância internacional, a capacidade de manter e reforçar o diálogo com todas as partes para garantir a redução da margem de eclosão da violência e aumentar os resultados da negociação diplomática... em nome de uma eficiente acção interventiva, capaz de consolidar o reconhecimento e o respeito internacional dos Estados pelos Direitos Humanos.

domingo, 16 de maio de 2010

Para um Domingo de Primavera...


... o tema "Tem que Acontecer" de Zeca Baleiro, solidário com o mundo feminino! :)

sábado, 15 de maio de 2010

A Mensagem Política de Bento XVI



A visita do Papa Bento XVI a Portugal foi, essencialmente, política. Num momento em que os escândalos sexuais atingiram profundamente a credibilidade da instituição em todo o mundo, urgia uma manifestação pública de não-repúdio à Igreja Católica e, por isso, foi escolhido um país dito de "brandos costumes" e um povo de fé que, independentemente, das práticas rituais institucionais, continuasse as suas manifestações massivas de religiosidade popular. O culto mariano e o 13 de Maio representando exactamente esse alheamento oficial, apresentava-se, por isso, no espaço europeu, como o cenário mais adequado aos objectivos estratégicos do Vaticano que, de facto, preparou com profissionalismo todo o marketing que envolveu esta visita a que, os portugueses como bons hospitaleiros e na qualidade de cidadãos pacíficos, deram o acolhimento organizacional previsível tanto mais que, a parceria social da Igreja, através da sua rede institucional de intervenção social e a própria Presidência da República, se empenharam na demonstração da fidelidade tradicional aos valores e à mensagem jierárquica de uma doutrina tomada como dogma e independentemente dela poder (ou não) contrariar a obra e o pensamento de outros teóricos e agentes católicos. E se os 4 dias de visita poderiam surpreender, o facto é que forma necessários para que Bento XVI pudesse exibir uma imagem pública cujo climax foi preparado para as celebrações do 13 de Maio em Fátima, onde os peregrinos iriam de igual modo, quer o Papa estivesse (ou não) presente - e apesar de ser compreensível algum acréscimo no seu número, por todo o lado onde passou!, dada a curiosidade e o interesse em ver, "ao vivo", o representante máximo da entidade que se reclama legítima representante dessa fé popular em que assenta o catolicismo mariano. Para o final foi pois guardado o cerne da doutrina que Bento XVI quer deixar como sua marca no século XXI, depois de todo o apelo ao multiculturalismo, à pluralidade e à liberdade religiosa que tem caracterizado as últimas décadas, assente no esforço de pacificação de preconceitos e de relativização dos fundamentalismos - atitude política de reconhecida utilidade social no sentido da coexistência pacífica que é preciso assegurar no quadro de mobilidade que caracteriza as sociedades contemporâneas. Assim, para além da condenação do aborto, do casamento gay e do apelo ao cuidado recrutamento dos recursos humanos nas instituições cívicas de intervenção social ligadas à Igreja, Bento XVI veio ainda, politicamente, levantar um certo espírito de cruzada que não podemos deixar de associar, mais ou menos remotamente, a outras evocações religiosas em contextos culturais diferentes. Falamos da sua referência à minoria religiosa católica que as tendências demográficas fazem prever no curto e no médio prazo e, mais que isso, a uma espécie de reacender da militância pela dita identidade cristã europeia reivindicada politicamente de há muito contra a laicidade e a liberdade democrática da Europa Social que queremos construir. Ora, sabendo-se que defendemos o respeito pelos direitos das minorias nos verdadeiros contextos democráticos, é muito importante que se não confunda o trigo com o joio e que, sob a capa do medo, se levantem novas e mais diversas expressões fundamentalistas que, sob pretexto religioso, revertam em mais discriminação e consequentemente, em mais violência social. E, nesse sentido, é preciso que os cidadãos reforcem as suas competências cívicas exigindo, cada vez mais incisivamente, uma sociedade laica, garante da igualdade de oportunidades para todos, valorizadora da diversidade e da coexistência cultural. A terminar este apontamento, para além do que aqui escrevi há dias, permito-me relembrar outro facto ocorrido na sociedade portuguesa há pouco mais de um ano e sobre o qual escrevi em Abril de 2009 (ler AQUI).

Da Razão das razões...


... cantava assim Luís Cília, em 1969.
(Obrigado à Tina que, por disso se lembrar, nos permite agora, a todos, relembrar a persistência do sentido do poema de José Saramago!)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Indignação contra a Justiça - Por Baltazar Garzón!

O Juiz Baltazar Garzón foi hoje suspenso do exercício das suas funções pelo poder judicial espanhol (por unanimidade!!! - pasme-se!) e viu também suspensa a sua integração no Tribunal Penal Internacional na sequência do processo que lhe abriram para impedir a continuidade do seu trabalho que se não esgota (como todos sabemos!) na luta pela reposição da verdade sobre os Crimes Contra a Humanidade cometidos pelo regime de Franco (vale a pena ler AQUI o que se escreveu no "El Pais"). À saída da audiência, o Juiz Garzón foi vivamente aplaudido ao som da palavra de ordem: "Garzón Amigo, o Povo está contigo"!
Justamente emocionado como se pode ver neste vídeo (que localizei através do Carta a Garcia e cuja disponibilização aproveito para agradecer):

é ainda no sentido de dar a conhecer a opinião de nuestros hermanos sobre este escândalo, que aqui partilho convosco este seu sintomático exemplo:

O Mundo precisa da coragem de Homens como Baltazar Garzón e da Solidariedade dos Povos de que, neste caso, são exemplo, quer o povo de Espanha, quer todos os cidadãos Europeus que não desistiram de manifestar o seu apoio a quem dignifica a Justiça e a Democracia!

Austeridade...

As debilidades estruturais da economia portuguesa foram agravadas de forma incontornável (independentemente dos argumentos demagógicos de uma oposição que insiste em reduzir o problema a um único culpado, a saber, o Governo), primeiro pela crise financeira internacional que deflagrou no Verão de 2009 e depois por uma das suas mais abrangentes sequelas políticas, ou seja, pela actual crise do Euro. Por isso, o reforço do PEC e o anúncio das medidas de austeridade que ontem foram divulgadas e explicadas ao país, não surpreendeu ninguém, sendo aliás, de registar que a maior parte dos cidadãos estava já preparada para receber piores notícias designadamente porque, tal como já acontecera relativamente ao contributo que a comunicação social portuguesa deu para a dimensão assumida pela especulação dos mercados que, abusivamente e perigosamente, acentuou a comparação nacional com a grega, desta vez, também, não faltaram vozes a criar o pânico, salientando hipóteses que, felizmente!, não chegaram a concretizar-se - pelo menos nos moldes em que chegaram a ser apresentadas: cortes brutais nos subsídios de desemprego, retenção dos subsídios de férias e de Natal, etc., etc., etc. E se é certo que todo o agravamento fiscal e todas as medidas de austeridade são negativas para o poder de compra dos cidadãos e se algumas das medidas anunciadas poderiam ter sido preparadas de forma mais cuidada (é o caso da revisão das listas do IVA no escalão dos 5%), não deixa de ser verdade que as medidas pelas quais o Governo optou, com o apoio do PSD, denotam uma preocupação de equidade social que se requer a um estado democrático que se não rege pelo neo-liberalismo económico cego. Sendo um facto que a recuperação económica do país e o crescimento da riqueza dependem da revitalização do sistema produtivo nacional (como dizem quer Jerónimo de Sousa-PCP, quer António Costa-PS), a urgência da resposta aos mercados para efeitos de liquidez para a gestão corrente da vida nacional dependia agora da adopção de medidas imediatas cujos cálculos podemos considerar ponderados, face à calamitosa percepção e representação da economia nesse contexto comunitário e global de que é, neste momento, impossível, alhearmo-nos. Para além dos sinais que a redução salarial de políticos e gestores evidencia, o facto é que o aumento do IVA ficou por 1% (e não para 2% como se pensou), o aumento de IRS não afecta os salários mínimos e sobe 1% para salários que rondem os 2.375 e 1.5% para os que transcendem este valor e o do IRC cobra com maior proporcionalidade os rendimentos mais volumosos. Esperemos que o resultado previsto não encontre mais escolhos pelo caminho e que, daqui a 18 meses (final de 2011), possamos voltar a respirar um pouco mais serenamente. Até lá, a contestação social é previsível, justa e, reconheça-se!, necessária para que as populações europeias emitam sinal de que a Economia, o Estado e a Europa Social são o projecto político a que continuam veiculados!... contudo, seria útil que as forças contestatárias (sindicatos, partidos e organizações cívicas) mantivessem o discernimento e não fizessem do Governo o seu único bode expiatório, perdendo a oportunidade de se manifestarem como uma força política que a União Europeia deve ter em consideração a título de parceria privilegiada, designadamente no que se refere ao previsível reforço do seu carácter federal.

(Publicado também Aqui)

Saldanha Sanches

Faleceu Saldanha Sanches... É pena!... A sua voz faz falta ao país! (ler Aqui as palavras com que alguma comunicação social se lhe refere mas, principalmente, vale a pena ler Aqui as palavras do seu amigo João Tunes).

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Leituras Cruzadas...

Enquanto a quase-insólita visita de 4 dias do Papa Bento XVI a Portugal decorre entre manifestações públicas de grande dimensão que, além de diversas e onerosas, despertam curiosidade sobre os objectivos e fundamentos desta jornada num momento em que a revitalização institucional carecia de um sinal exterior de afirmação a que organização e marketing responderam de forma profissional, vale a pena registar alguns dos comentários e observações que denotam a percepção social do fenómeno para além do previamente preparado pela Igreja (leiam-se os textos de Sérgio de Almeida Correia no Delito de Opinião, de Palmira Silva no Jugular, de Marcelino Teles no Berdades da Boca p'ra Fora e de Raimundo Narciso no PuxaPalavra). Relegada para segundo tema mediático mas, ainda assim, de importância reconhecidamente crucial pelos cidadãos, a Economia portuguesa continua a ser notícia por razões preocupantes que, de forma mais ou menos simétrica, preparam as pessoas para a tomada de medidas políticas difíceis que afectarão a vida de todos nós de forma incontornável e que, por isso, requerem, a par da lucidez crítica, um sentido de responsabilidade social que não deve ceder, por um lado, à tentação demagógica e, por outro, à opção precipitada por instrumentos que se venham a revelar como dispensáveis (vale a pena ler os textos de Osvaldo Castro no Carta a Garcia, de MFerrer no Homem ao Mar, de Filipe Tourais no O País do Burro e de Daniel Oliveira no Arrastão)... Na agenda dos dias merecem ainda a nossa atenção, a propósito do que tem sido dito de forma injuriosa e profundamente injusta sobre Manuel Alegre, o artigo de Ferreira Fernandes no Diário de Notícias (que é destacado por T.Mike no Vermelho Côr de Alface), bem como a questão que Rui Bebiano designa, no A Terceira Noite, por "dança das cadeiras" e a reflexão para que nos remete Carlos Barbosa de Oliveira no Crónicas do Rochedo... A terminar, fica a sugestão de uma visita aos Rasgos da Ana Vidal.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A Fé dos Homens...

É profundamente humana a fé dos homens... pela consciência da sua fragilidade, pela necessidade de ultrapassar o sofrimento sempre injusto, cruel e doloroso, pelo medo, pela esperança, a fé é profundamente humana! ... Catártica, a fé é a manifestação da capacidade de busca de transcendência, uma antropomorfização do sentido do divino que cauciona a validade incontestável dos valores e dos princípios indispensáveis à regulação dos comportamentos, à compreensão e à contenção, essenciais à coexistência social. ... Por isso, os erros humanos e a consciência do exercício do profano e do "pecado" pelos representantes da vida institucional das Igrejas implicam sempre a degradação da capacidade de mobilização dos cidadãos... particularmente, quando a relação directa com o sagrado se desenvolve directamente entre as pessoas e o "sagrado", facilitada pelo ambiente socio-individualista da sociedade contemporânea. Diminui, por isso, a influência social da Igreja e acentua-se a designada "crise das vocações"... e quanto mais se investe no marketing, no espectáculo público e comercial, ao contrário do que possam pretender os que andam à conquista de "fiéis", menos credibilidade assume o que se representa como manifestação da devoção... porque a esfera do sentimento religioso é privada, intimista e justa! A ética subjacente ao juízo resultante da experiência do mundo, constrói nos cidadãos a noção da solidariedade... e o sentido de justiça nasce da exigência entre a teoria (ou a doutrina) e a prática que, para os cristãos, radica na lendária história de Jesus... A Igreja Católica vive do dogma e afasta-se, a passos largos, do sentir dos cidadãos e quando se percepciona a emergência do sentir ou de uma argumentação religiosa colectiva, estamos apenas perante um pretexto de coesão comunitária e de resistência ao estranho que nos desafia e atemoriza... a isto se resume a demagogicamente intitulada "guerra de civilizações", invocada por todas as religiões, sempre que os seus interesses se sentem ameaçados.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ordens Superiores...


... de Adoniran Barbosa e Gonzaguinha "Despejo na Favela" para ouvir como quem continua a pensar no que deu azo a que aqui se escrevesse o post anterior...

domingo, 9 de maio de 2010

Da Política Social e da Acção Social da Igreja em Portugal...

O combate à pobreza e o desenvolvimento das políticas sociais foi objecto de forte investimento, nos anos 90, através da governação de António Guterres que, na sua luta contra a pobreza, cedeu à pressão socio-política da Igreja, para encontrar parceiros que pudessem materializar no terreno a acção social de apoio aos cidadãos mais carenciados. De facto, de forma transversal (idosos, mulheres, crianças, doentes, toxicodependentes, indigentes, desempregados e famílias numerosas) e progressivamente, a par do desenvolvimento da execução dos programas estatais de apoio aos mais pobres, com relevante destaque para o Rendimento Mínimo Garantido, a Igreja criou uma rede de instituições particulares de solidariedade social que, não só redinamizou a rede de Santas Casas da Misericórdia de forma quase monopolizadora no que respeita ao papel do serviços privados na prestação de assistência social às populações, como devolveu à Igreja Católica a possibilidade de gerir serviços de saúde (é o caso de muitos hospitais concelhios)... O aproveitamento que a instituição fez desse apoio político foi de tal ordem que a Igreja é actualmente um parceiro indiscutível da prestação de serviços sociais na sociedade portuguesa. E se esta realidade faz sentido num país onde a Concordata se mantém vigente, o problema coloca-se em termos que não podemos ignorar num Estado Republicano e Laico onde a tolerância democrática admite a parceria público-privada mas onde não faz sentido que a execução da política social de assistência aos desfavorecidos esteja concentrada nas mãos de uma instituição religiosa. Porque nos cabe o dever de objectivar justamente a realidade, não podemos ignorar a rede de interesses económicos da Igreja Católica e a riqueza patrimonial de muitas das suas Misericórdias espalhadas pelo país cuja influência decorre, não só da sua acção social mas também, do facto de serem hoje entidades empregadoras de relevo. E se o cerne do problema reside nesse carácter quase monopolizador que a institução representa no sector e no grau de dependência socio-profissional que daí advém, a questão revê-se, por outro lado, na desconfortável e injusta percepção e representação social da Igreja num Estado que é, relembre-se!, Laico. Vêm estas considerações não só a propósito do clima de "tolerância papal" e até do facto dos deputados do PS não serem contemplados no "pacote" de destinatários dos que irão usufruir da "tolerância de ponto" mas, essencialmente, do facto de ter ouvido, numa noite da semana que findou, um debate televisivo onde participaram Alfredo Bruto da Costa, Maria José Nogueira Pinto e Bagão Félix, cujas afirmações convém referir e assinalar como efectivamente contestáveis. Assim, apesar do silêncio da comunicação social, vale a pena dizer que, se, por um lado, é verdade que, como disse Bagão Félix, se as IPSS's fechassem, seria o caos e o colapso, é, por outro lado incontornável a pergunta: E se o Estado deixasse de comparticipar, através da Segurança Social, as IPSS's, sejam elas Misericórdias, Centros Paroquiais ou outras? Seria ou não o colapso? Poderão estes comentadores, com legitimidade, avocar para a Igreja qualquer tipo de prevalência no exercício do "princípio da subsidiariedade" em detrimento do papel do Estado? Sejamos honestos! Não, não podem! Porque mesmo a alegada solução tripartida ao nível do apoio concertado entre Estado, Entidades-IPSS's e Família, não sobreviveria sem o apoio do Estado! Ignorar ou até mesmo relativizar esta dimensão do problema é, de facto, uma manipulação inaceitável que apraz à direita católica mas que lhe retira toda a credibilidade... porque, "contra factos, não há argumentos"! ... porém, face ao silêncio de todos perante estas declarações oferecidas televisivamente sem contraditório, a realidade torna-se mais próxima do que dessas representações resulta, do que da verdade em que assenta. Mais: a desejável capacidade destes serviços em sobreviverem apenas com financiamento próprio e da "comunidade de fiéis" evocada por A.Bruto da Costa está muito longe de ser possível e devo dizê-lo: felizmente! Porque o Estado é Laico e a prestação de serviços de apoio social às populações não pode depender de um monopólio religioso!... em última análise, pelo risco de discriminação mais ou menos subtil que pode implicar ao nível da igualdade de oportunidades no acesso aos serviços e do exercício da liberdade religiosa.

A Europa, Hoje...

Hoje, 9 de Maio, celebra-se o Dia da Europa... para o assinalar, fica o simbolismo desta imagem a que as palavras de Weber do Mainstreet dão mais sentido!

sábado, 8 de maio de 2010

Le Chant des Partisans...


Assinalam-se hoje 65 anos do fim da IIªGrande Guerra Mundial e da vitória dos Aliados sobre os exércitos de Hitler que materializavam o seu hediondo projecto de hegemonia nazi para a Europa e o mundo! Pela Liberdade e a Democracia, viva a Resistência!

A Concertação Nacional para Vencer a Crise - o caso das Obras Públicas, Hoje

Em democracia não basta que cada um fale... é preciso que todos se ouçam de boa-fé e se respeitem. Por isso, foi bem recebida a notícia de que o Governo iria reavaliar os projectos de obras públicas de elevados custos; contudo, a informação de que a assinatura da efectiva adjudicação do troço do TGV Poceirão-Caia iria ocorrer hoje, continuou a levantar sérias reservas a toda a oposição. Chegaram entretanto boas notícias que reforçam a democracia - o que é de assinalar no difícil contexto económico-social em que vivemos. O Ministro das Obras Públicas anunciou há pouco, no âmbito da cerimónia de assinatura do contrato do referido troço, que iria ser reavaliado o período de construção do 1º troço, a saber Lisboa-Poceirão, que inclui a 3ª via sobre o Tejo. O esclarecimento fora antecipado, ontem, em Bruxelas, onde o Primeiro-Ministro José Sócrates, explicou que a meta definida no PEC com vista à diminuição do deficit para 8,3% foi redefinida passando para 7,3%, exactamente pela revisão do período de construção do 1º troço do TGV, da 3ª via sobre o Tejo e do novo aeroporto de Lisboa. A oposição e o Presidente da República não podem por isso, agora, manter o discurso da insustentabilidade e do despesismo governamental, sendo de saudar Passos Coelho pelo regozijo manifestado para com a atitude do Governo que, cordialmente cooperante, comunicou ao líder do maior partido da oposição a decisão por todos desejada. Também Paulo Portas se manifestou satisfeito com as medidas anunciadas e é expectável que os restantes partidos o façam. O esforço de concertação nacional para ultrapassar a crise dá pela primeira vez, de há muitos anos a esta parte, sinais de esperança aos portugueses... Esperemos que, face às divergências que vierem, mais tarde, a ocorrer, designadamente na defesa do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública e da Segurança Social, os representantes políticos nacionais prossigam o clima de respeito e seriedade pela diversidade democrática, pela liberdade e pelo diálogo social que deverá sempre ter como objectivo, a promoção do bem-estar social e a dignidade das condições de vida de todos -mas mesmo todos!- os cidadãos!

Evocações de Manu Chao e Noir Desir... para esboçar o futuro!

Quando os cantautores evocam as palavras e os heróis que construiram o passado, podemos perceber o sentido do presente para as gerações de hoje e... compreender o futuro!


... pela mão de Manu Chao e dos Noir Desir com Leonard Cohen...


... da evocação de John Lennon...

... à homenagem a Che Guevara...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Leituras Cruzadas...

A intempestiva reacção do deputado do PS, Ricardo Rodrigues, reforça o contexto de disparates a que vamos, sucessivamente, assistindo (leiam-se os textos de Miguel Vale de Almeida no Os Tempos que Correm e de João Abel Freitas no PuxaPalavra) que, tanto no plano político (leiam-se as observações registadas por T.Mike no Vermelho Côr de Alface e por Carlos Barbosa de Oliveira no Crónicas do Rochedo) como no plano público (vale a pena ler o que escreveu Teresa Ribeiro no Delito de Opinião a propósito da vinda do Papa Bento XVI a Portugal e o registo de Miguel Vale de Almeida sobre o caso do teste de Direito Constitucional que, numa Universidade pública levanta sérias reservas no que se refere ao respeito pelo princípio da igualdade e da não-discriminação), se vão registando no nosso país e na Europa - apesar destes "ruídos" nada acrescentarem de positivo à reflexão crítica que nos merecem as questões que hoje requerem a nossa melhor atenção, designadamente sobre a crise económico-financeira e política que nos afecta inquestionavelmente a todos nós, cidadãos da União Europeia (vale a pena ler os textos de F.Seixas da Costa no Duas ou Três Coisas, de Sérgio de Almeida Correia no Delito de Opinião, de Daniel Oliveira no Arrastão e de Pedro Latoeiro no Diário Económico)... e é por isso mesmo que, entre paradoxos e dificuldades de sustentabilidade, não podemos perder a oportunidade de nos manifestar civicamente por causas que reflectem o nosso empenhamento numa sociedade mais justa, seja através da participação activa, da solidariedade (veja-se o abaixo-assinado de apoio ao Juiz Baltazar Garzón divulgado no Vidas Alternativas) ou do reconhecimento pelo trabalho que, felizmente!, ainda se vai fazendo e que hoje destaco através da referência ao texto de Carlos Barbosa de Oliveira no Crónicas do Rochedo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Presidenciais 2011 - Manuel Alegre


Manuel Alegre formalizou ontem, em Ponta Delgada, nos Açores, a sua candidatura à Presidência da República. Fê-lo com uma dignidade e um sentido de Estado que corresponde ao que, nas nossas representações socio-políticas, se exige a um Presidência da República. Com elevado sentido de responsabilidade social e política, a mesma determinação e autonomia ideológica e intelectual que sempre lhe conhecemos e a consciência comprometida com um projecto de Estado social solidário, capaz de privilegiar os esforços de coesão nacional, de sustentar a governabilidade e de defender as conquistas estruturais do Estado Democrático, a saber: a escola pública exigente e de qualidade, o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social e a Constituição da República Portuguesa. Manuel Alegre é, indiscutivelmente, o Presidente da República de que Portugal precisa e que a democracia e os cidadãos portugueses merecem... O discurso que, ontem, Manuel Alegre apresentou ao país, emociona-nos e engrandece-nos (ler AQUI).

terça-feira, 4 de maio de 2010

Um Conselho Consultivo Financeiro em Belém?

Um grupo de ex-Ministros das Finanças (Medina Carreira, Campos e Cunha, Pina Moura, Manuela Ferreira Leite, Miguel Beleza, Bagão Félix, João Salgueiro, Êrnani Lopes e Eduardo Catroga - outros terão também sido contactados, como é o caso de Silva Lopes, Miguel Cadilhe e Braga de Macedo) vai ser recebido, a pedido dos próprios e, segundo Ferreira Leite, por iniciativa de Medina Carreira, na próxima 2ªfeira, dia 10, em Belém, por Cavaco Silva. Estranho? Não!... como hoje bem alertava Alfredo Barroso na SIC-N, está em curso uma estratégia de criação de condições para que, após as eleições presidenciais, Cavaco Silva possa demitir o Governo de José Sócrates. Do facto, para além da leitura clarividente que dele se pode, especulativamente, extrair como o fez A.Barroso, duas evidências são, para já notórias, descredibilizando, à partida, o grupo de ex-ministros e o próprio Presidente da República: a) se fosse pelo reconhecimento da necessidade urgente de concertar esforços para uma melhor governação do país em nome do interesse nacional, estas personalidades teriam pedido uma audiência ao Primeiro-Ministro, responsável pela governação; b) se o Presidente da República se não sentisse tentado em se sobrepôr ao Executivo em termos de gestão governativa e à vontade de emitir públicos sinais dessa sua tentação, teria declinado o pedido de audiência alegando que a governação não é da sua responsabilidade (ou simples motivos de agenda), numa demonstração clara de respeito pelas competências inerentes às distintas funções institucionais, demonstrando que o mal-dissimulado jogo demagógico da estratégia partidária não deve ser valorizado no actual contexto económico-financeiro. Poder-se-á argumentar que o Presidente da República deve receber protagonistas cujo saber pode ser relevante para a sua análise e avaliação da matéria em causa mas, no caso, o economista Cavaco Silva não carece desse tipo de informação por já se encontrar na sua posse, dada a sua competência técnico-profissional... de onde se deduz que estamos, de novo, perante uma estratégia concertada de objectivos que transcendem, claramente, qualquer altruísmo na defesa do interesse nacional.

O Preço das Marés Negras...



A maré negra que percorre e ameaça
as terras do continente americano desde o Golfo do México (ler Aqui) provoca vítimas e tem consequências planetárias... Desta vez, a questão é paradigmática ao ponto de estar à vista de todos a dimensão trágica e paradoxal do problema, por permitir aos cidadãos uma clara percepção de que está em causa a filosofia inter-nacional de gestão dos recursos naturais, das economias e dos mercados... porque se a atitude de Barack Obama, Presidente dos EUA, faz a diferença ao afirmar publicamente que tais acidentes têm culpados e devem pagar e se, consequentemente, por outro lado, a BP assume os custos da limpeza e inventa uma pseudo-solução para reter a expansão do crude por milhares de kms, a verdade é que estes acidentes implicam um grau de irreversibilidade que não podemos relativizar e, menos ainda, ignorar. A mudança é imperativa! A lógica industrial que subjaz à lógica financeira dos mercados contemporâneos é obsoleta e diverge, inequivocamente, do que o conhecimento e a consciência social e socio-política reconhecem como adequado ao planeta que ainda temos nesta primeira década do século XXI.

Das ajudas de custo parlamentares à ética e à deontologia


Peca por tardia a decisão da deputada do PS, Inês de Medeiros, em recusar o pagamento das viagens Lisboa-Paris/Paris-Lisboa pela Assembleia da República. Uma decisão desta natureza é da ordem do simples bom-senso, da razoabilidade e da boa-fé, não carecendo de exercícios de reflexão ética ou jurídica sofisticados e, eventualmente, demorados... talvez por isso, considere a possibilidade da deputada ter sido muito pressionada, quiçá familiarmente, para conseguir dar este corajoso (?) passo na senda da transparência, da honestidade e da solidariedade política com o Parlamento mas, acima de tudo, com os cidadãos que, a gosto e contragosto, contribuem decisivamente para o combate à crise. Já agora, a título explicativo, devo dizer que se me não pronunciara antes sobre esta matéria foi por puro esforço de contenção e delicadeza - ou talvez pelo crédito de confiança que uma figura como o Maestro António Vitorino de Almeida me merece. Valeu a pena? ... sim porque, afinal, "mais vale tarde que nunca"!... de lamentável apenas o facto de uma deputada independente ter perdido a oportunidade de demonstrar que a política se faz de atitudes éticas, de altruísmo e respeito pelos eleitores.

O Reverso do Virtual...


... chama-se: Telúrico... e se dele muito se aproxima da extinção, muito dele teremos a preservar sob pena de perdermos o sentido integrado do ser-se humano!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Toda a Gente Sabe...


... é um poema de Leonard Cohen... que vale a pena ouvir!

Da Arte... da Primavera e dos Afectos

"O Beijo" de Gustav Klimt...

domingo, 2 de maio de 2010

Retrato de Mulher enquanto Mãe...


De Manuel Ribeiro de Pavia, "Maternidade"... para abrir o mês da Primavera das Flores, hoje, Dia da Mãe!

sábado, 1 de maio de 2010

Porque hoje é... 1º de Maio! (2)


... ainda a voz de Simone, "Para Não Dizer Que Não Falei das Flores"!

Porque hoje é... 1º de Maio! (1)









Porque hoje, quando o desemprego atinge 10,5% da população activa portuguesa, mais do que nunca, urge lutar pelo Direito ao Trabalho e porque o Trabalho continua a ser uma luta para todos nós, faz sentido evocar, recordar e reflectir o esforço humano que levou à conquista do Dia do Trabalhador...
Viva o 1º de Maio!

Breves... de um Pensador


... porque, depois de Abril, vem Maio... as palavras de quem, genialmente, sintetizou o conhecimento em O Ser e o Nada desta forma magnífica que muito dá a pensar: "Conhecer é Realizar" (Jean-Paul Sartre).