segunda-feira, 29 de setembro de 2014

António Costa - "Este Cravo é Vosso"

António Costa é o novo Secretário Geral do Partido Socialista. Com uma vitória esmagadora sobre a liderança de António José Seguro que, nos últimos anos, retirou toda a visibilidade e credibilidade ao único partido com um historial capaz de vencer eleições legislativas e, no caso, vencer a coligação PSD/CDS, a frase da noite foi: "Este cravo é vosso!"!... E é... é um cravo que pertence a todos os portugueses que se mobilizaram para ir votar nas primeiras eleições primárias realizadas em Portugal e que dão a António Costa o protagonismo de ser o primeiro candidato a Primeiro-Ministro escolhido pelos cidadãos e não, apenas, pelos militantes de um partido.
A escolha do cravo e a frase que proferiu fazem jus à confiança que a sociedade nele depositou e acredito que António Costa honrará o povo e o cravo, como político inteligente, inovador, dotado de capacidade de iniciativa, capaz de trabalhar por objetivos e de os concretizar! António Costa é, além de uma pessoa muito inteligente, um homem de princípios e um homem de cultura! Foi bonito vê-lo com o cravo, ladeado por Manuel Alegre e Ferro Rodrigues! A sério: "Foi bonita a Festa, pá!"... agora, só falta o programa para fazer vencer o país, aproveitando os fundos estruturais da forma séria e competente que o País merece e propondo as reformas que devolverão alguma da dignidade perdida às condições de vida e aos serviços públicos que a Constituição consagrou como um Direito de Todos!... ah, sim... e transformar o Partido Socialista - ou, pelo menos, dinamizar processos no PS capazes de o tornarem um partido que o mereça... e ao Cravo... que é, como bem disse: Nosso!.  

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Histórias Inesquecíveis...


... hoje, recuperei um exemplar da 1ª edição de "Bela e Sebastião", da autoria de Cecile Aubry, publicado em Portugal em 1968, o ano em que a RTP transmitia, às 19h, a série do mesmo nome, de uma beleza ímpar pela autenticidade que transparecia das interpretações e dos cenários... Partilho aqui o genérico dessa série inesquecível que me fez apaixonar pela leitura de livros "a sério" e aproveito para deixar recordar quem dela se lembra, com algumas das suas imagens originais que são, naturalmente, fáceis de identificar por serem a preto e branco!... Entretanto, parece que há um realizador que decidiu voltar a filmar a história tal como foi contada nesta série que correu a Europa em 68... espero que seja verdade e que a qualidade não desmereça as vantagens que a tecnologia contemporânea proporciona!... porque, há uns anos, alguém se lembrou se fazer uma série de desenhos animados inspirada nesta magnífica história, retirando-lhe o dramatismo e a beleza que a tornam única e eu, simplesmente, fui incapaz de ver!... Senhoras e Senhores, "Bela e Sebastião" :))

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sonoridades Femininas...


... uma versão acústica de "Bimpé" na voz de Bukola Elemide ou Aṣa (pronunciado "Asha"), cantora e compositora francesa de origem nigeriana...

Sonoridades...




(via Rui Arimateia no Facebook)

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Agradecer as Palavras, a Intenção e o Tempo...

Como agradecer, em simultâneo, todas as belas palavras, imagens e mensagens, expressões de amizade, antiga, recente ou virtual que, como um rito de encantamento, me dirigiram tod@s quant@s me felicitaram, no passado domingo, pelo meu aniversário? Talvez com a imagem mais pura da beleza! A tod@s o meu muito obrigado! 

... porque: "O essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração"
(in "O Principezinho" de Antoine de St. Exupéry)


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Da Literatura como Construção da Cidadania - "Anuro, o Sapo, Sapinho..."

A convite do meu amigo António Luís Carlos, o premiado autor de literatura infantil Carlos Canhoto, escrevi o texto que agora, aqui, partilho! Recomendo vivamente a sua leitura atenta, em casa, nas escolas e em todos os espaços onde haja crianças e se cumpra a missão de as educar com o objetivo de delas fazermos cidadãos melhores, capazes de ajudar a resgatar a esperança do mundo em que vivemos! Depois de o lerem, espero que o comprem porque é, de facto, uma obra-prima da literatura infantil!
" A Literatura Infantil é uma festa!... Tem que ser uma festa! Tem que ser uma festa porque, enquanto instrumento de transmissão e valorização do conhecimento, enquanto veículo de aprendizagem e meio de formação, a literatura infantil tem a extraordinária responsabilidade social de ajudar a configurar as formas de ser e de estar dos mais pequenos, de lhes parametrizar os gostos estéticos e os juízos, as tendências e a ética.
Nesse jogo complexo de interações entre o objeto que é o livro infantil e a criança que o lê, há uma densidade carregada de sentido de que o autor tem que ser, necessariamente, consciente porque é essa densidade de “mais-valia”, com a capacidade transformadora de acrescentar qualquer coisa ao que se sabe, que as crianças procuram nos livros e nas histórias.
Se o livro desaparecer como tantos vaticinam, a perda e o retrocesso do ritmo de aprendizagem seria tal que, provavelmente, aumentaria exponencialmente o grau de agressividade e de violência social a que estamos constantemente sujeitos, também nas escolas sob a forma de bullying e assédio em função das mais discriminatórias e gratuitas razões – particularmente, porque os jogos tecnológicos com que as crianças e os adolescentes se distraem, veriam significativamente aumentado o seu grau de influência, em termos de capacidade alienante e de ameaça face ao desenvolvimento integral e harmonioso que é preciso promover nas populações mais jovens.
De facto, os jogos electrónicos assentam no desafio, na concorrência e na competitividade enquanto os livros assentam num estrutura narrativa consistente que requer reflexão e, por isso, os jogos despertam adrenalina e tensão ao invés dos livros que despertam tranquilidade e imaginação.
Carlos Canhoto, pseudónimo do autor do livro que hoje aqui vamos apresentar, materializa, com o suporte cromático vivo e simples da excelente ilustradora Rita Goldrajch a competência pedagógica e a natureza intrínseca da literatura infantil através de histórias que, com os pés assentes na terra, fazem sonhar, a propósito de realidades simples.
Carlos Canhoto descobre, revela e pinta narrativamente a realidade do mundo que habitamos e do chão que pisamos, conferindo-lhe a beleza que só a poesia do olhar pode encontrar. É disso que é testemunho a história de Anuro, o sapo sapinho que tinha um tesouro, um tesouro que, apesar de conhecido, se manifesta estranho, surpreendente e encantado perante a maneira de o contar.
Esta é uma arte rara, a de contar o mundo como se de um conto de fadas se tratasse (e talvez assim seja, se pensarmos na extraordinária oportunidade que temos de embelezar e aperfeiçoar a realidade dos dias) e conseguir transmitir essa ideia a todos, em particular, os mais novos.
Anuro é o sapo, sapinho que não precisa de se transformar em Príncipe, porque é belo e bom tal como é! Anuro é o sapinho que nos faz gostar, respeitar e sentir ternura até pelos sapos…
Anuro é um antídoto contra a discriminação introduzida nos pequenos espaços públicos para afastar pessoas de etnia cigana!
Anuro conquista, convence… e vence! Vence o mercado, a produção em massa, os clichés que sempre se deixam dizer nestas palavras.
Anuro é uma história simples, verdadeira, ilustrada com uma intensidade sem par que, compondo o seu próprio mundo, o partilha e que as Edições Poejo, com brio, dão hoje à estampa e a todos os públicos que tanto dele podem, construtivamente, aproveitar.
Anuro vai ser, talvez, o primeiro sinal de mudança que remete para a revalorização da natureza enquanto paisagem e terra firme da criação, dos alimentos saudáveis e da alegria.
E se dúvidas houvesse sobre a eficácia e a concretização dos objectivos expostos, Carlos Canhoto dá a resposta com um conjunto de iniciativas anexas à história de Anuro, que o tornam exemplar na concretização de todas as iniciativas pedagógicas: Anuro traz um jogo para os mais pequenos jogarem, uma canção (belíssima!!!) para todos cantarmos e um espaço em branco para que se possa pintar – recursos através dos quais Anuro se transforma num sapinho personalizado de fácil e empática apropriação afectiva por todos os leitores, qualquer que seja a sua idade.
E é de leitores, narradores, animadores e professores que, agora, Anuro precisa para que seja possível conferir mais beleza à realidade e mais sentido a todas as coisas…
… como o vem fazendo António Luís Carlos, um inventor dos dias e um criador de sonhos que, como uma espécie de alma guardiã e protectora, passa há décadas sobre as casas e as gentes, na forma de uma sombra discreta promotora da esperança que atravessa os campos que habita como um fôlego e que, como uma luz, dá, serena e discretamente, à comunidade, a vida, a cultura e a alegria com que, decisivamente, contagiou e fez crescer Mora.
Votos de Boa Leitura para todos os que irão conhecer e amar Anuro, o Sapo, Sapinho!"
Este meu texto de apresentação de "Anuro, o Sapo Sapinho" foi publicado no Jornal online "Alentejo em Linha" que vale a pena conhecer e pode ser lido também AQUI

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Da Fala ...



"Alentejanismos… com tradução
 
Eu - Abalei às 15h…
Ele - Tu o quê??...
Eu - Abalei…
Ele - O que é isso?
Eu - Ora, fui-me embora…
 
Todo o bom alentejano “abala”, para um sítio qualquer, que normalmente é já ali. O ser já ali é uma forma de dizer que não é muito longe, mas claro que qualquer aldeia perto aqui no Alentejo está no mínimo a cerca de 30km. Só um alentejano sabe ser alentejano!
Um alentejano “amanha” as suas coisas, não as arranja, um alentejano tem “cargas de fezes”, não tem problemas, um alentejano vai “à do" ou "à da"…” não vai "a casa de"…, um alentejano “inteira-se das coisas” não fica a saber… No Alentejo não há aldrabões há “pantomineiros” e aqui também não se brinca, “manga-se”.
 
No Alentejo não se deita nada fora, “aventa-se” qualquer coisa e come-se “ervilhanas” ou “alcagoitas” (amendoins) e “malacuecos” (farturas). Os alentejanos não espreitam nada nem ninguém, apenas se “assomam”… E quando se “assomam” muitas vezes podem mesmo ter dores nos “artelhos” (tornozelos)!
As coisas velhas são “caliqueiras” e muitas vezes viaja-se de “furgonete” (carrinha de caixa aberta), algo que pode deixar as pessoas “alvoreadas” (desassossegadas). Quando algo não corre bem, é uma “moideira” (chatice) e ficamos “derramados” (aborrecidos) com a situação, levando muitas a vezes a que as pessoas acabem por “garrear” (discutir) umas com as outras e a fazerem grandes “descabeches” (alaridos).
 
Ainda-bem-não” (regularmente) as pessoas tem que puxar pela “mona” (cabeça) para se desenrascarem quando muitas vezes a solução dos seus problemas está mesmo “escarrapachada” (bem visível) à sua frente.
Não estou “repesa” (arrependida) de ter escrito esta pequena crónica, com vista a lembrar detalhes do património oral que nos é tão próximo e muitas vezes de “bradar” aos céus. “Dei fé” (pesquisei) a algumas expressões e tentei não vos criar, a vós leitores, uma grande “moenga”, apenas quero que guardem algumas destas expressões na vossa “alembradura” (lembrança)!"
 
(via Miguel Madeira no Facebook)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Sonoridades...


... Oswaldo Montenegro em "Metade"... (ah... já agora, a palavra "anseio" está mal escrita na legendagem deste maravilhoso poema-canção... mas, neste contexto, isso não interessa nada!)...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Do Medo e da Libertação...

... Eduardo Galeano, sem medo... em nome da Vida incendiada de esperança, para além de todas as ameaças...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sonoridades...


Das Artes em Extinção como Património Ameaçado...

... GPS porque estes eram os instrumentos de localização de uma sociedade rural cujos pastos se perdiam pela extensão dos campos, num tempo em que não havia vedações... "GPS - Arte Chocalheira de Alcáçovas", um breve documentário de Luís Godinho e Luís de Matos.

Sonoridades Intemporais...


... "Serenata" de Franz Schubert na virtuosíssima interpretação de Itzhak Perlman que também aqui interpreta "Meditation Thais Opera" de Jules Massenet...

Da Aparência da Mudança...

... Um século depois, a frase de Ayn Rand continua atual e esta constatação devolve-nos a consciência da aparência fátua das mudanças que servem essencialmente os detentores do poder, como forma de rentabilizar os meios que lhes garantem a conservação do poder. É esse o papel da tecnologia, o de prover à diminuição dos custos de produção, pela redução da despesa com a mão-de-obra - processo no qual a comunicação social emerge como instrumento essencial à sua perpetuação, alienando as massas com o entretenimento e a informação, administrada de modo a simular a distribuição do conhecimento e a ilusão do saber.

domingo, 14 de setembro de 2014

Sonoridades...



"Brasil Poeira

Ê, Brasil, poeira
 Estradas de chão, violas, bandeiras
 Terra de Tom, Tonico e Tião,
 E Nossa Senhora, a Padroeira

 Ê, paixão, primeira
 E os sertões, nação das estrelas
 Se o dia é luz, e a noite seduz
 O coração, abre as portei.. ras

 Quando o galo cantar, nos quintais do Brasil
 E o sol clarear nosso chão
 Vem a semente e o pão, água do ribeirão
 E horizontes que ao longe se vão
 Ao som dos bem-te-vis…

Quem canta, espanta, seus males se diz
Quem planta é quem colhe, é quem finca raiz
Quem canta, espanta, seus males se diz
Quem planta é quem colhe, é quem finca raiz"

(na voz de Almir Sater)

O Amor, Meu Amor...

"O Amor, Meu Amor

Nosso amor é impuro
como impura é a luz e a água
e tudo quanto nasce ...
e vive além do tempo.


Minhas pernas são água,
as tuas são luz
e dão a volta ao universo
quando se enlaçam
até se tornarem deserto e escuro.

E eu sofro de te abraçar
depois de te abraçar para não sofrer.

E toco-te
para deixares de ter corpo
e o meu corpo nasce
quando se extingue no teu.

E respiro em ti
para me sufocar
e espreito em tua claridade
para me cegar,
meu Sol vertido em Lua,
minha noite alvorecida.

Tu me bebes
e eu me converto na tua sede.

Meus lábios mordem,
meus dentes beijam,
minha pele te veste
e ficas ainda mais despida.

Pudesse eu ser tu
e em tua saudade ser a minha própria espera.

Mas eu deito-me em teu leito
quando apenas queria dormir em ti.

E sonho-te
quando ansiava ser um sonho teu.

E levito, voo de semente,
para em mim mesmo te plantar
menos que flor: simples perfume,
lembrança de pétala sem chão onde tombar.

Teus olhos inundando os meus
e a minha vida, já sem leito,
vai galgando margens
até tudo ser mar.

Esse mar que só há depois do mar."

Mia Couto

Sonoridades...


... "Helpless" na voz de Neil Young, aqui com os "The Band"...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Sonoridades...

... "Libertango" por Milos Karadaglic...

domingo, 7 de setembro de 2014

A Paz é de Ouro...


... quando se voa, com rumo e sem pressas, bem acompanhado, sobre as águas!

Sonoridades...



... "Love Hurts" uma versão que vale a pena ouvir... nas vozes de Keith Richards e Norah Jones...

sábado, 6 de setembro de 2014

A Lei...

 

 
(via Ângelo Sá no Facebook)
 
 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sonoridades Femininas...


... "Just like a Woman" na voz de Norah Jones...

Do Acesso ao Conhecimento...




"Para saberes quem manda em ti basta descobrires quem não estás autorizado a criticar."
 
Voltaire










(imagem e citação via Manuel Marcelo Curto no Facebook)

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sonoridades Femininas...



... "Mar Azul" na voz, imensa e quente, de Cesária Évora...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Do Confronto e do Caos...


"O Clube das Minissaias" - Convite


Somos Todos Democratas?!

"CADA DIA UM POEMA
Depois do 25 de Abril,tornámo-nos todos democratas.
Não nos tornámos democratas por acreditarmos na democracia, por odiarmos a guerra colonial, a polícia política, a censura, a simples proibição de raciocinar, tornámo-nos democratas por medo, medo dos doentes, do pessoal menor, dos enfermeiros, medo do nosso estatuto de carrascos, e até ao fim da Revolução, até 76, fomos indefectíveis democratas, fomos socialistas, diminuímos o tempo de espera nas consultas, chegámos a horas, conversámos atenciosamente com as famílias, preocupávamo-nos com os internados, protestávamos contra a alimentação, os percevejos, a humidade, os sanitários, a falta de higiene. Fomos democratas por cobardia, tínhamos pânico de que nos acusassem como os pides, nos prendessem, nos apontassem na rua, pusessem os nossos nomes nos jornais. E demorámos a entender que mesmo em 74, em 75, em 76, as pessoas continuavam a respeitar-nos como os abades das aldeias, continuavam a ver em nós o único auxílio possível contra a solidão. E sossegámos. E passámos a trazer dobrados no sovaco jornais de direita. E sorríamos de sarcasmo ao escutar a palavra socialismo, a palavra democracia, a palavra povo. Sorríamos de sarcasmo, porque haviam abolido a guilhotina."

António Lobo Antunes
 
(via Rui Nuno no Facebook)