sábado, 28 de fevereiro de 2009
A urgência imposta pela crise...
A questão que se coloca ao mundo contemporâneo e, em particular, às democracias europeias, é a de saber se a crítica gratuita e a demagogia especulativa, mais ou menos agressiva, são os melhores caminhos para, efectivamente, se enfrentarem os dramas sociais que a crise económico-financeira internacional agrava quotidianamente e cujo peso recai de forma ineludivelmente amarga sobre os cidadãos. O problema não está na aimples constatação ou enumeração das injustiças... o problema está na impossibilidade de nos remetermos à passividade, em nome de interesses narcísicos que maior satisfação alcançariam se o mundo avançasse apenas ao ritmo dos desejos e projectos de cada um... por isso, o que, neste momento, está realmente em causa é a capacidade de nos solidarizarmos em volta de um projecto sustentável capaz de intervir na evolução desta crise, restabelecendo a confiança dos cidadãos, combatendo o desemprego e lutando contra a pobreza. Todos não seremos demais!... pelo interesse público, pela salvaguarda das condições de vida das populações, pela democracia! A defesa dos interesses corporativos e o egoísmo não são, nos dias que correm, atitudes sérias e justas a ter para com os cidadãos. Hoje, mais do que nunca, a solidariedade é um dever ético! Permitam-me que o sublinhe com a poderosa voz de Miriam Makeba e o lindissimo "Soweto Blues"!
Vital Moreira...
O Congresso do Partido Socialista...
Human Steps...
Os passos humanos percorrem e preenchem os caminhos... os percorridos e os que há por percorrer... como o denota "Amjad" dos "La, La, La Human Steps", qualquer que seja o ponto de chegada, a caminhada é sempre mais um passo no sentido da compreensão de si e do mundo... uma dança que se basta a si mesma e encontra continuidade no olhar do outro.
Notícias do dia...
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Sentimento de Guerra... o peso de uma herança!
Leituras Cruzadas...
De Praga ao Tibete... traumas, povos e culturas
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Losar - O Ano Novo Tibetano
A cultura tibetana celebra o Losar (Ano Novo) no dia 25 de Fevereiro... foi ontem!... contudo, se só hoje aqui se assinala esta época festiva que se requer de bons augúrios, convém que se saiba que o facto decorre de, este ano, estar em curso uma campanha internacional de solidariedade para com as vítimas da violência contra as manifestações e os protestos de monges, cidadãos e activistas dos Direitos Humanos no Tibete que se caracteriza, como forma de expressão, pela não celebração festiva do Losar... e como todas as formas artísticas são bons veículos das mensagens que transmitem, fica aqui a referência, não festiva, a título de evocação simbólica.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Provincianismo e Ignorância Salazarenta...
A Crise - entre o mérito de Obama e a política em Portugal...
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Expressões culturais...
Ouvir e ver os "Ciganos de Ouro", expressão mediterrânica da cultura cigana!...
Outro Brasil...
Perguntar, esclarece... o ruído, não!
Influências...
Migrações Ciganas e Xenofobia
O som da fusão cultural...
Encantatório, este tema exemplar da fusão cultural das sonoridades: "Perfume Cigano" do Mestre, tunisino, Anouar Brahem...
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Como se fazem os Santos?
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Leituras Cruzadas...
Economia Social - da Pobreza à Economia Formal e à Economia Paralela
sábado, 21 de fevereiro de 2009
O Desafio Educativo...
Mudar a Educação, Construir a Cidadania...
A Voz da Terra...
Na voz telúrica de Chavela Vargas, "Llorona", um eterno canto do Ser, do Sentir e do Dizer...
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
A Argentina contra o Negacionismo!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Taxas Moderadoras...
Territórios de Gaza...
A Crise... dos Analistas!
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Animal's People...
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
O Dedo na Ferida...
Persistir, persistir sempre...
"Change the World"... um belo tema numa excelente versão... Eric Clapton, no seu melhor!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
A Guerra... no Feminino!
A Guerra é, provavelmente, o maior absurdo em que se envolve a Humanidade, resultado primário de um juízo elementar que ignora a complexidade do mundo contemporâneo... inútil, dadas as dimensões financeiras e económicas, nominais e paralelas, em que se joga o presente e o futuro de todos os países, a guerra tem apenas a côr do sangue, o gosto do sofrimento e o cheiro da morte... pudessem homens e mulheres fruir de igual modo da consciência esclarecida de uma cidadania letrada capaz de tornar transparente à percepção de todos a compreensão integral do que move e se vai movendo sob as aparências, ilusórias, dos quotidianos e... de vez, assistiriamos à mudança universal e necessária que nos devolveria a simplicidade da condição humana cuja génese esquecemos no enredo manipulado e maltratante dos dias... entretanto, a guerra prolonga-se pelo futuro nas gerações vitimizadas... e, sem género, abate-se inelutável sobre todos, deixando apenas, da sua dimensão trágica e irresgatável, as lágrimas.
Riscos, Tentativas e Erros
O perigo da cultura...
(via Praça Stephens)
Quando a realidade nos assalta com uma sucessão de factos que remetem para relações de proximidade cuja coincidência pode, como enunciei no texto anterior, decorrer da valorização do inter-conhecimento como princípio da confiança em detrimento da igualdade de oportunidades para todos, compreendemos que a gestão do interesse público decorre de uma cultura cujos valores não interiorizaram o reconhecimento do mérito próprio, permanecendo reféns dos interesses de grupo e da cadeia de vassalagens que explica, por certo, pelo menos do ponto de vista antropológico, grande parte da corrupção que inquina o funcionamento democrático.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Coincidências ou ... estados de suspeição...
Da dimensão da crise...
Percursos no tempo...
Passeio para uma tarde translúcida e morna... ao som de "Spanish Caravan" dos Doors, o pianista George Winston percorre o pequeno documentário de Robert Amran sobre a civilização Maia...
"Não vou por aí..." ...
"Cântico Negro" de José Régio é um poema que nos devolve à essência do que somos, quando o ritmo do mundo nos aproxima da dissolução do "eu" em "si"... resistir - é a palavra de ordem... convictamente, como o transmite a voz de Maria Bethânica, no modo de o dizer...
"Tabacaria" de Fernando Pessoa
Na voz de João Villaret, o poema "Tabacaria", de Fernando Pessoa... não se comenta, ouve-se! ... como quem ouve uma certa lucidez do pensamento em acção...
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
"As Cidades no Homem" de Nadir Afonso
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Perguntas do dia... entre uniões, liberdade, morte e discriminação!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O país político - conhecimento e impressões
domingo, 8 de fevereiro de 2009
"Cautela e Caldos de Galinha..."
A Crise como Desafio à Economia Política
Enquanto se desenrola o jogo da velha lógica da política entre partidos e movimentos que, centrados no seu próprio umbigo, repetem à exaustão as suas divergências tantas vezes pouco evidentes, a crise transversal em que desembocou o mundo financeiro e a economia global persiste, deixando ao critério político um repto a que é preciso responder de forma adequada. Atónitos, políticos, gestores, economistas e empresários correm o risco de perder demasiado tempo por excesso de precaução, num esforço inglório de auto-defesa dos seus interesses e princípios... porque a complexidade do problema implica, não só uma profunda reorganização económica como também uma estrutural revisitação ideológica. Perante o choque que a realidade representa para quem se pensava confortável no sistema, o desafio é maior do que a capacidade de o pensar... e é urgente pensá-lo porque, depois das soluções de emergência com que se vão organizando pequenas respostas imediatas através dos planos contra a crise, não podem reproduzir-se as lógicas e os modelos cujos efeitos estão à vista... No que respeita ao nosso país, vale a pena ler Nuno Ramos de Almeida e João Correia Pinto, respectivamente, no Cinco Dias e no Politeia, cujos textos reflectem o estado da arte em Portugal.
"Esta Democracia é Vossa!"
Preferia que o vídeo estivesse legendado e traduzido... de qualquer forma, a mensagem é mais importante que o idioma e prevalece a intenção de partilhar convosco este discurso de Barack Obama. Dirigido aos americanos no âmbito do envolvimento dos cidadãos na operacionalização do Plano Económico, cuja aprovação se espera venha a ser conseguida no Senado com o apoio de, pelo menos, 3 Senadores Republicanos que se podem associar na votação ao Partido Democrata, este discurso assinala uma nova forma de fazer e estar na política...
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Economia - Uma Revolução Necessária
Criminalizar o Negacionismo do Holocausto...
Olhos, Mãos e Vozes...
Peter Gabriel e Youssou N'Dour... os olhos, as mãos e as vozes!... "In Your Eyes"!
Reeditar as Zonas Livres de Armas Nucleares!
Coesão Social e Coesão Territorial
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Lula...
O Desmentido... Reacções, procuram-se!
Sondagens - Saber e Propaganda
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Encerrar Guantanamo - Direitos Humanos e Cooperação Internacional
Gaza e Israel - o desafio dos efeitos da violência continuada!
Sinais dos Tempos - da falência à nacionalização
Simbolismos... o caso de "Broken English"...
Na sequência da crítica ao papel do G8 e aos resultados da sua reunião de Davos, faz sentido este olhar sobre o tema "Broken English" de Marianne Faithfull...
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
URGENTE!... Ultrapassar Davos, Combater a Pobreza!
A anunciada crise começou a dar sinais do flagelo social com que se arrasta pelo mundo... os exemplos estão à vista: 20 milhões de desempregados na China empurrados das cidades para o meio rural de que sairam por aí não encontrarem condições de vida e até de sobrevivência, milhões de desempregados nos EUA e na União Europeia (os "El Dorado" de há umas décadas), manifestações públicas em Inglaterra contra trabalhadores portugueses e italianos!... o drama não tem fronteiras mas, subjacente a toda a diversidade que integra, permanece, inalterável, o problema de fundo, universal: a Pobreza!... a pobreza epidémica que vai avançando, inexorável, sobre todos os cidadãos... e o medo!... o medo, origem de toda a violência... o medo da fome, o medo dos outros... racismo, xenofobia, criminalidade, impulsividade, revolta e dificuldade de discernimento entre efeitos e causas... Neste caldo explosivo de sentimentos e reacções, palvras e actos, encontram terreno fértil, os autoritarismos e as intolerâncias... por isso, se o G8, recentemente reunido em Davos para terminar de forma estéril, nada pensa nem decide, por não estar disposto a abdicar das suas formas de obtenção de riqueza, impõe-se, com urgência, a união da sociedade civil e dos Governos nacionais para combater, à escala dos seus territórios e das suas áreas de influência, os pressupostos gastos e inúteis da gestão económico-financeira cujo endeusamento o século XX consagrou, sem prevenir a realidade que, já na primeira década do século XXI, implodiu, numa derrocada de que não há memória, com custos sociais de que só as próximas gerações terão a consciência exacta... entretanto, enquanto o G8 espera que a crise passe para retomar a sua lógica desesperada de liberalização do mercado, as pessoas sentem acelerar-se o caminho para o abismo... por isso, é urgente ultrapassar a anomia de Davos!... e lutar, estrategicamente, com inteligência e determinação, Contra a Pobreza!... Sem Demagogia!...
As Árvores, a Floresta e os Partidos Socialistas
Fui perguntado, a propósito da minha crónica “As árvores e a floresta” (Crónica 386 de 8 de Janeiro no Diário do Sul, publicada também em A Nossa Candeia em 16 de Janeiro), onde “metia” o Partido Socialista, uma vez que não o citei directamente, no panorama dos partidos que nomeei. Comentava então a posição dos partidos de raiz marxista e dos partidos liberais face à crise que hoje se vive em Portugal e no Mundo, que aparentemente os fez trocar de posição: os partidos marxistas clamando contra as projectadas nacionalizações, os liberais e neoliberais, reivindicando-as. Do lado marxista, entendia (e entendo) que não tem havido, no último meio século, discussão e aprofundamento teórico do modelo de sociedade proposto desde o final do século XIX. Do “outro” lado, nenhum modelo alternativo de sociedade foi ou é proposto, e o seu papel tem sido acompanhar, opondo-se, às teorias socialistas. Mas desde fim da segunda guerra mundial e particularmente a partir da instauração da realpolitik, (isto é, desde que se passaram a privilegiar as relações de mercado mais que as relações pautadas pela proximidade política) extinguiu-se completamente qualquer nova formulação teórica, passando a utilizar-se a análise marxista (e outras) sem a fazer evoluir. E se Karl Marx reformava as análises que fazia, sempre que reeditava um escrito, porque entendia que a realidade mudava (e estava-se então no final do séc. XIX), imagine-se o Mundo mais de cem anos depois! Sucederam-se, desde então, as derrocadas: começou pelos partidos comunistas europeus e acabou no próprio Bloco de Leste. Do que hoje se vê, falhou sempre a construção do “Homem Novo”, a dimensão humana do socialismo. Foi neste estranho limbo, entre teoria e prática, que se instalaram os partidos socialistas e sociais-democratas, como se dissessem “nem tanto ao mar, nem tanto à terra, nós podemos fazer a síntese entre esses dois mundos!” E poderiam? E poderão? Os partidos social-democratas do norte da Europa clamam que sim, mas o seu modelo tem dificuldades em ser exportado. Cada país tem as suas idiossincrasias e nada é exportável assim, sem mais nem menos. Por cá, o “nosso” Partido Socialista é “filho” da social-democracia alemã misturado com alguns pensadores portugueses do século XIX e XX. A mistura poderia ser interessante como “socialismo à portuguesa” mas, desde que Mário Soares, há bastantes anos, propôs “pôr o socialismo na gaveta”, nunca mais se falou em teorizar e os ideólogos (Karl Marx, Antero de Quental, José Fontana e António Sérgio entre outros) voltaram ao descanso das molduras em que são recordados. É assim que ainda hoje estamos. A Europa não tem ajudado à festa, porque todos os partidos que por lá se vêm, têm o mesmo tipo de formulação teórica dos nossos partidos socialista e social-democrata, ou seja, são apenas gestores de países que não pretendem transformar mas gerir, com mais ou menos crise. Mas nos últimos anos, uma nova realidade emergiu: a consciência de que tudo é finito. Os recursos da Terra são finitos e a capacidade da Terra absorver os desmandos da Humanidade também é finita. Esta constatação, impossível há cinquenta ou mesmo há trinta anos, levou a uma muito aguda consciência ecológica que, desde então, não tem cessado de crescer e de se afirmar como essencial. Os liberais simplesmente a têm ignorado (veja-se a atitude de Bush perante Kioto) e os marxistas clássicos, sem a saber integrar nas suas próprias teorias, inventaram partidos ou movimentos que lhes cobrissem essa “necessidade eleitoral”. Só os partidos socialistas se dispuseram a torná-la uma causa, assim tolhendo o passo ao crescimento dos partidos ecologistas que não tinham vocação de poder, por falta de uma ideologia de suporte. Por cá, o facto do “partido ecologista” se ter confundido durante demasiado tempo com o “partido monárquico”, facilitou as coisas. Descomprometidos com ideologias mais ortodoxas como as leninistas ou mesmo as marxistas, facilmente desligados de linhas mais rígidas de liberalismos e neoliberalismos, os partidos socialistas parecem estar particularmente bem posicionados para iniciarem uma nova formulação teórica da sociedade. Provado está que os modelos anteriormente vigentes e que se opunham entre si, não funcionam. Cabe-lhes a eles, historicamente, iniciar uma nova discussão sobre o modelo possível (já não ideal ou utópica, mas possível) de sociedade. Os dados aí estão. Cabe aos partidos socialistas (congregados na Internacional Socialista) ordená-los, equacioná-los, discuti-los e finalmente propor um novo modelo de sociedade. É esse trabalho que hoje se lhes exige, e para o qual todos devemos contribuir. Aí está onde ponho o Partido Socialista: numa posição de charneira e de grande responsabilidade, como motor de discussão da sociedade em que viveremos um dia.
Fernando Pinto
fernandopinto@netvisao.pt
(Publicado in Diário do Sul – Crónicas ao Correr da Pena nº389 - 29 de Janeiro de 2009)