domingo, 31 de maio de 2009

O Dever da Utopia...



A Declaração dos Direitos da Criança foi proclamada pelas Nações Unidas em 20 de Novembro de 1959 e dela decorreu, na celebração do seu 40º aniversário em 20 de Novembro de 1989, a realização da convenção internacional da Unicef designada Convenção dos Direitos da Criança, assinada por 192 países e ratificada por Portugal em 21 de Setembro de 1990. Não ratificaram a Convenção os EUA e a Somália... Os Direitos da Criança, como os Direitos Humanos, continuam por cumprir mas, a sua existência e o seu reconhecimento constituem-se como referenciais da acção humana cuja defesa e prática é da responsabilidade de todos os cidadãos ... Ao contrário da infantilização social e da indisciplina que o neoliberalismo do mercado proporcionou à cultura, negligenciando e esquecendo a consolidação da resiliência (resistência à frustração) como condição essencial de uma educação para a não-violência, a Declaração e a Convenção dos Direitos da Criança têm como objectivo garantir a protecção infantil e o direito universal de todas as crianças, sem excepção!, ao completo desenvolvimento das suas capacidades. Crianças Felizes são Cidadãos Responsáveis, Resilientes e Empenhados num Mundo Melhor.

4 comentários:

  1. Cara Ana,
    Como diz, a "convenção dos Direitos da Criança têm como objectivo garantir a protecção infantil e o direito universal de todas as crianças, sem excepção". Ora, o seu "post" vem precisamente de encontro a algumas considerações que me têm ocorrido a propósito das "crianças", tendo também em conta que para a WHO os adolescentes são pessoas com idades compreendidas entre os 10-19. Acredito que a dita "comunidade educativa" acabará por ter uma dupla função, ou seja, por um lado a promoção e, por outro, a prevenção na medida em que actua em fases “prematuras” do desenvolvimento humano. Por conseguinte, “esta” dupla função parece-me especialmente importante no que diz respeito à saúde mental pois: “A saúde mental não é apenas a ausência de transtorno mental. É definida como um estado de bem-estar em que cada indivíduo realiza o seu próprio potencial, conseguindo lidar com o stress normal da vida, podendo trabalhar produtiva e frotuosamente e está apto para fazer uma contribuição para a sua comunidade" (in, http://www.who.int/features/qa/62/en/index.html). Porém, deveríamos sempre que possível conduzir as crianças primeiramente numa "higiene mental infantil”, a qual acaba até por ter um certo perfil metafórico no contexto da higiene geral, pois nesta ocasião trata-se de um “pequeno”, mas importante aspecto que visa o “bem-estar psicológico”, dando-lhes a oportunidade em cada etapa do seu processo evolutivo, de expandir as suas potencialidades e o equilíbrio harmónico das suas relações com o meio ambiente. É precisamente este “equilíbrio” que leva: "ao completo desenvolvimento das suas capacidades" e, claro está que para isto, são precisas todas as condições que como sabe muitas crianças não têm... Não devemos esquecer que o “equilíbrio” pode alterar-se devido a factores de diversas ordens, os quais terão uma repercussão diferente consoante as idades. Esta dinâmica pressupõe, então, que haja um certo processo de adaptação e, se o processo de adaptação for ameaçado/ferido também todo o desenvolvimento poderá também entrar em crise, levando à perda do equilíbrio... É preciso ajudar as Crianças a serem Felizes.

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  2. Cara Jeune Dame,
    A complexidade factorial que entra em concorrência, de diversos modos, nas diversas fases de desenvolvimento das crianças (adolescentes incluídos)interage entre si e, naturalmente, com tudo o que as rodeia. Nesse sentido, para o qual o seu texto chama a atenção!, na exacta medida em que o controle das interacções não é absoluto nem garantido, há sempre uma margem de incerteza e/ou se quiser de liberdade na forma como a existência social afecta diversamente os indivíduos... e, se esta margem de influência é, ela própria, para os adultos, imprevista e eventualmente desestabilizadora pelos efeitos, positivos e/ou negativos que provoca, para as crianças, constitui-se como factor multiplicador dos momentos com que se elaboram os processos de adaptação a que se refere no seu texto. Muito importante é, portanto, tal como também enuncia a questão de uma espécie de "higiene mental" decorrente de uma exposição a procedimentos educativos assentes na racionalidade, no diálogo, na ética comportamental, na capacidade de resistir à frustração (resiliência), na empatia e na afectividade... Quando a sociedade eleger a responsabilidade educativa como uma prioridade, ficaremos mais próximos de mais saudáveis modos de existência e convivência... por isso, retomo as suas palavras: "É preciso ajudar as Crianças a serem felizes" e acrescento que, sem crianças estruturadas e felizes continuaremos a produzir adultos vulneráveis, instáveis e infelizes... Um abraço.

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  3. Esse aspecto que foca de que: “...continuaremos a produzir adultos vulneráveis, instáveis e infelizes...” é realmente muito importante! É quase como se tivessemos um “ultimatum”...o meu abraço.

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  4. É muito gratificante sentir que o não-dito, subjacente ao sentido das palavras e dos textos é compreendido... sentida e sinceramente, obrigado, Jeune Dame!... o meu abraço!

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