sábado, 19 de junho de 2010

A Dialéctica do "Não"... segundo José Saramago - Leituras Cruzadas - Especial


"Que bom ser ingénuo; que bom não ser cínico" - disse uma vez José Saramago a propósito das ignorantes e vergonhosas palavras de Sousa Lara, secretário de Estado do Governo que Cavaco Silva liderou como Primeiro-Ministro...

"A palavra mais importante é «Não»... dizem que é satânica porque Satã foi «o que negou»; eu digo que a palavra «Não» é a mais importante. A Revolução é Não, um Não contra o Status Quo... o problema é que as pessoas que dizem «Não» se deixam corromper e o «não» torna-se um «sim»; por isso, é importante que depois apareça outro «Não»..." - disse José Saramago de outra vez, explicando a densidade permanente da exigência ética do carácter e do combate cívico-político...

... e agora, se me permitem, sugiro-vos um percurso na blogosfera... é um itinerário de expressões de cultura e de afecto, de respeito e de identificação, de amizade e solidariedade que vale a pena fazer:

"Dia Não..." - de Osvaldo Castro in Carta a Garcia

"Porque terá chegado a Grande Sombra" - de Benjamina in Armazém de Pedacinhos

"Morre o Homem, Nasce a Eternidade" - de Valupi in Aspirina B

"Saramago, uma lágrima e uma flor" - de Rogério Pereira in Conversa Avinagrada

"José Saramago, por Manuel Gusmão" - de Tiago Mota Saraiva in Cinco Dias

"Saramago Morreu - A Minha Vida sem Pardais" - de Rogério da Costa Pereira in Jugular

"José Saramago - Falsa Democracia" - de Donatien Alphonse François in Donatien Alphonse François

"O Direito mais Fundamental" - de João Tunes in Água Lisa.

5 comentários:

  1. Cara Ana Paula Fitas
    Devemos aprender a sacrificar as nossas preferências, os nossos privilégios, mas nunca devemos sacrificar as nossas convicções. Os privilégios e as preferências são "coisas" supérfulas, com as quais vivemos e sem as quais também - são "coisas" que vêm de fora para nós.
    Já as convicções, estas nascem de dentro para fora, fazem parte do "Eu", são substâncias da nossa personalidade. Respeitemos e vivamos de tal modo que os outros se creiam obrigados a respeitar as nossas convicções. Mas para que nos demos o direito de sermos respeitados como pessoas de responsabilidade, não devemos transigir com tudo o que nos é solicitado.
    Devemos continuar a aprender a dizer "NÃO" sempre que a nossa consciência nos oriente para tal - pois é uma grande e preciosa virtude essa, que além do mais, caracteriza a nossa independência moral e a força da nossa personalidade.
    E quem ouvir de nós um "Não" polido, mas, firme e decidido, respeitar-nos-á quanto merecemos.
    Com as adversidades aprendemos a vida e a própria necessidade de viver e vencer.
    Singela homenagem...

    Saudações Amigáveis
    Ana Brito

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  2. Cara Ana Brito,
    Tem toda a razão... e o seu texto vale por qualquer acrescento que lhe possa fazer.
    Obrigado.
    Um abraço.

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  3. Cara Ana Paula Fitas,
    Agradeço pela referência...sim, Saramago disse muitos "Não", à injustiça,à violação dos direitos humanos, à exploração dos seus semelhantes...Por isso, na lonjura que V/ hoje atravessou ele soube erguer a voz e clamar pelos "levantados do chão"...
    Abraço e bom descanso.
    OC

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  4. Cara Ana Paula: Os portugueses ficam mais pobres.
    Abraço

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  5. Cara Ana Paula,

    Um duplo agradecimento: ter-me citado; ter proporcionado encontros e reencontros.

    (contrariando as leis da física, dois corpos com o mesmo nome são afinal mais próximos do que Coulomb poderia esperar)

    Abraço amigo

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