domingo, 8 de dezembro de 2013

El Prado no Museu Nacional de Arte Antiga...


Sob o título "Rubens, Brueghel, Lorrain - A Paisagem Nórdica do Museu do Prado", a exposição de 57 obras-primas vindas do Museu del Prado para o Museu Nacional de Arte Antiga, no âmbito de uma colaboração que só peca por tardia (vale a pena ler aqui o press release), recomenda-se vivamente! Trata-se de um conjunto notável de obras flamengas do século XVII, cujo naturalismo nos devolve, qual viagem no tempo!, à sociedade burguesa e campesina do norte europeu do século XVII. E da riqueza temática e da qualidade pictórica dos31autores, fala, suficientemente, cada obra, na diversidade riquíssima do detalhe, na profusão de planos, na exploração interessantíssima do uso renascentista da perspetiva e nos jogos de luz com que se iluminam as cenas, as estações e as partes do dia em ambientes campestres, citadinos, militares, marítimos e mitológicos. Neste contexto, vale a pena referir, a título de pequena nota crítica a propósito das legendas dos quadros, que (ao contrário dos textos presentes nos placards introdutórios por sala e sub-tema, em que se encontram referências claras e úteis que não condicionam o olhar sobre as obras), os descritivos utilizados para efeitos da respetiva legendagem, decorrem de leituras histórico-sociológicas expostas de forma excessivamente contundente, incorrendo no risco de desvirtuar a produção pictórica enquanto tal e de condicionar a apreciação estética, com a sua redução à imagética da história... De qualquer modo, o que vale é, indiscutivelmente a mestria de Brueghel, Rubens, Lorena (Claude Lorrain) ou Teniers, que, entre outros, numa mostra ilustrativa da pintura flamenga e holandesa da época, organizada sub-tematicamente em conjuntos relativos à paisagem de montanha, de gelo, de neve, de água ou de bosque, marca, inequivocamente, o panorama das grandes exposições de pintura em Portugal de que, no ano passado, tivemos também excelente exemplo, na Fundação Gulbenkian com "A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa Segunda parte: Séculos XIX-XX (1840 - 1955)". A não perder! 

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