sábado, 12 de junho de 2010

De Paris a Olivença, um itinerário europeu da Lusofonia


Ontem, uma rua de um espaço verde, em Paris, recebeu o nome de Amália Rodrigues (ler aqui)... pouco importa se o jardim é ou não muito frequentado (ler aqui) porque os tempos e os percursos da circulação se vão alterando mas, a toponímia, enquanto expressão da cultura e das interacções culturais, permanece... disso é testemunho o que aconteceu por estes dias em Olivença, onde 70 ruas receberam, sob as placas toponímicas actuais, novas placas que relembram à memória colectiva, os antigos nomes portugueses dessas ruas (ler aqui), num esforço renovado de consolidação da identidade cultural local que também encontra eco no facto da língua portuguesa ter sido adoptada como 2ª língua da Extremadura espanhola, sendo já, em Olivença, objecto de estudo de 400 alunos. A este propósito e porque escrevi aqui mesmo, há dias, um texto em que Olivença vinha a "talhe de foice" (ler aqui), cabe lembrar que o problema territorial continua por resolver no plano do Direito Internacional, uma vez que, hoje mesmo, no Diário de Notícias, uma pequena "breve" reproduzia as afirmações de Nick Clegg que, recém-chegado ao poder no Reino Unido, afirmou que o seu Governo, liderado por por David Cameron, irá manter a soberania sobre Gibraltar, tal como decorre do Tratado de Utrecht, antecipando-se à eventualidade de Espanha interrogar o actual executivo britânico sobre a matéria - já que, de há muito, nuestros hermanos afirmam avançar com a reivindicação do território no caso de Londres renunciar à respectiva soberania.
Nota: A fotografia é a capa do livro que resultou da adaptação da minha tese de Doutoramento, intitulada: "Continuidade Cultural e Mudança Social - Um Estudo Etnológico Comparado entre Juromenha e Olivença", defendida, em 2005, na Universidade Nova de Lisboa. O livro foi publicado, com prefácio do meu orientador Professor Doutor Armindo dos Santos, em 2007, pelas edições Colibri e na sua apresentação pública, decorrida no Instituto de Estudos Diplomáticos do MNE, contou com as intervenções do Senhor General Loureiro dos Santos e do Presidente do Instituto, Professor Doutor Marques Guedes.

6 comentários:

  1. APFitas

    Soube do lançamento,terei estado por lá, e talvez seja agora de lhe dizer que, também em Relações Internacionais, nada é definitivamente estático.

    Há toda uma História e uma Sociologia das R.I.(como também há uma Teoria) que é necessário ir reinterpretando e actualizando, sem que possa parecer que estamos a falar de causas perdidas. Ou, de irredentismos irrelevantes e sem significado.
    Basta para tanto,diria, que olhemos para Olivença ou Juromenha "como se fossemos de avião".Isto é,com os novos olhares que a história pode actualmente proporcionar-nos.
    Ou será que estou a ver mal as coisas?

    Melhores saudações

    ANB

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  2. Caro ANB,
    Antes de mais, deixe que expresse a minha alegria por ter estado por lá! Muito, muito obrigado!... e... não, não está a ver mal "as coisas"... é, de facto, assim!... e essa realidade é de uma complexidade que, muitas vezes, não é tida em consideração ou sequer equacionada por muitos. Contudo, nos casos de Olivença e de Gibraltar, os países envolvidos têm manifestado essa consciência que decorre da consideração do papel do território na soberania dos Estados e do precedente que a sua minimização poderia significar...
    Abraço amigo.

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  3. Olá VBM :)
    Fico feliz por isso :)
    ... espero que gostes e atrevo-me a pensar que sim!
    ... entretanto, não me esqueci da María del Mar Bonet e até já seleccionei o tema mas, ontem, a dinâmica do dia não me permitiu inseri-lo... irei fazê-lo hoje, seguramente!... mais para a noite que é o tempo em que a concentração e a tranquilidade pedem o seu som :)
    Grande abraço :)

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  4. Olá querida Amiga Ana Paula
    Que bom ver a capa deste livro :-) :-) :-) que muitos já leram e certamente muitos mais vão ler!
    Limito-me a deixar aquele Grande Abraço Alentejano com satisfação e orgulho :-)
    Realmente "a sorte protege os audazes" :-))
    Beijo
    Beatriz

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  5. Olá querida Beatriz :)
    ... claro que me lembrei que ias gostar de o ver aqui :)
    OBrigado pelas tuas calorosas e incentivadoras palavras :)
    Beijo :)

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