sexta-feira, 9 de julho de 2010

Da PT aos Paradigmas Presentes e Futuros...




Enquanto a Telefónica tem vindo a sofrer, em bolsa, uma queda que atingiu já os 18%, descendo do 1º lugar que, há oito meses, ocupava ao nível das maiores empresas de telecomunicações, para, já não o recente 3º lugar na hierarquia das maiores do sector mas, para o actual 5º lugar (ler aqui), a PT começou agora a sentir uma evolução em queda (ver aqui)... até que ponto é legítimo considerar que a golden share aplicada pelo Governo à PT não prejudicou o funcionamento do mercado e que consequências daí se podem deduzir - eis uma das questões a merecer reflexão e debate, nomeadamente porque, ao contrário da contundência do que afirmou o Director do Jornal i numa das nossas estações televisivas, se nas últimas décadas Portugal e a Europa mudaram qualitativamente, não terá sido apenas pela liberalização dos mercados mas, essencialmente, pelo papel que o Estado desempenhou no âmbito das competências sociais ditas previdentes... de qualquer modo, a garantia da continuidade do veto governamental à mesma proposta da Telefónica, afirmada ontem pelo Ministro da Presidência e pelo Ministro das Obras Públicas denota, por um lado, a consciência da importância do sector das telecomunicações como sector económico-financeiro estratégico e, por outro, o empenho central na defesa do interesse nacional representado, para o efeito, pela dimensão da PT. A questão é duplamente interessante por, além do caso concreto em causa, permitir à opinião pública equacionar o funcionamento do poder económico e a potencialidade reguladora que, sobre ele, o poder político pode exercer, à revelia da representação comum de que é a economia a comandar a política... nos tempos que correm e dado o incipiente grau de federalismo da actual União Europeia, estamos a tempo de repensar e aperfeiçoar os mecanismos que configuram a defesa de uma lógica que, entre interesses nacionais concretos e jurisprudência comunitária optimizada, implica, no médio prazo, consequências graves para a vida dos cidadãos.

2 comentários:

  1. Ana Paula,
    Cá da Germânia, um abraço quentinho (estão neste momento - 14,10 h - 35 graus à sombra) e claro está a sintonia com a sua reflexão.
    Por aqui pouco se fala do nosso país a não ser, e foi notícia de jornal televisivo, a posição tomada pelo tribunal da UE sobre este mesmo assunto. Mesmo assim foi só de passagem.
    Saudades.

    ResponderEliminar
  2. Que bom abraço, T.Mike :)
    Fico feliz com a sintonia e com as notícias.
    ... quanto ao relevo da nossa realidade para a Germânia :) não nos surpreende, não é assim?... os peixinhos andam sempre com atenção aos tubarões e os tubarões, regra geral, preferem alimento mais substancial :)
    Aquele Abraço e... Saudades.

    ResponderEliminar