quinta-feira, 8 de julho de 2010

Fariñas, símbolo da mudança em Cuba?


Ninguém passa, gratuita e impunemente, 135 dias em greve de fome... e foram 135 os dias em que Guillermo Fariñas, psicólogo e activista cubano, com 47 anos de idade, recusou alimentar-se em protesto contra a prisão de 26 activistas políticos doentes, apoiantes dos Direitos Humanos em Cuba, alegadamente aprisionados por suspeita de estarem ao serviço dos EUA na missão de combater o regime de Fidel e Raul Castro. Hoje, o Governo de Cuba fez saber que libertaria 52 presos políticos, prisioneiros de consciência... e Guillermo Fariñas terminou a sua greve de fome. O Cardeal Ortega, Arcebispo de Cuba e Miguel Moratinos, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, foram os mediadores do acordo que tornou possível a libertação dos 52 cidadãos (aqueles 26 e mais outros tantos) e o resgate da morte de G.Fariñas com que se congratulou, de forma sentida, Laura Pollán, líder das Damas de Branco. Miguel Moratinos levara ao conhecimento do Governo de Cuba a disponibilidade de Espanha para receber os presos políticos, no caso de virem a ser libertados e esta proposta poderá ter tido um peso político significativo acrescido do sentido que levou Moratinos a afirmar que espera que os seus "parceiros europeus" cumpram o compromisso que, esperamos!, seja também o de ajudar Cuba, de forma efectiva, na superação das suas mais urgentes necessidades. Apesar da contestação dos activistas das ONG's de Direitos Humanos cubanas, exigirem a libertação incondicional dos presos políticos e a restauração plena das liberdades em Cuba, considerando que o anúncio de hoje se refere a uma espécie de "exílio forçado", esta é, sem dúvida, uma boa notícia que urge partilhar, celebrar e apoiar.
(Para conhecer a biografia de Guillermo Fariñas clique Aqui e para conhecer as razões que o levaram à greve de fome Aqui; para ler uma entrevista com a líder das Damas de Branco clique Aqui)

8 comentários:

  1. Notável coragem e tenacidade de Guillermo Fariñas. Desafiar a morte na pessoa de Raul Castro e a morte sem nome é encarnar a liberdade e uma manifestação da grandeza do homem contra a pequenez da política.

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  2. Sim, Fernando, concordo absolutamente e agradeço sinceramente as expressões utilizadas no comentário que aqui partilha: "Notável coragem e tenacidade" e "manifestação da grandeza do homem contra a pequenez da política"! ... o altruísmo é, de facto, cada vez mais raro e por isso mesmo, incontornável na admiração que nos merece nomeadamente se em nome dos outros e da liberdade.
    Um grande abraço.

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  3. Não encontro palavras para descrever este acto Humano que ultrapassa os limites do humano...

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  4. Isabel :)
    ... é, de facto, raro, precioso e extraordinário mas, acima de tudo, o mais notável é... ser verdadeiro!

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  5. Cara Ana Paula,

    Fiz link para A Carta a Garcia.
    Obrigado,
    Abraco

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  6. Caro Osvaldo,
    Muito agradeço a gentileza da referência :)
    Abraço amigo.

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  7. Cara Ana Paula Fitas
    Desejo que o caminho percorrido por Fariñas, com a sua forma limite e eficaz de intervenção cidadã,sem esquecer todos os outros, seja efectivamente um símbolo de mudança e sublinhe a importância acordada ao "bem comum" e a necessidade de uma "onda" forte em Cuba, capaz de consagrar o princípio da Razão e da Liberdade fazendo com que esta bela ilha, a curto prazo, se modernize e enverede pelo trilho da Democracia e por uma opção de governabilidade inerente a um Estado Democrático Moderno.
    Um abraço amigo
    Ana Brito

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  8. Cara Ana Brito,
    Obrigado pelo seu texto que é, na minha opinião, um manifesto que todos os democratas de boa-fé partilham :)
    Um abraço amigo.

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