quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sindicatos... "à portuguesa"?!

As centrais sindicais entraram "em guerra". A propósito das provocatórias e/ou indiscretas palavras de João Proença que se lembrou de dizer que "altos dirigentes" da CGTP tinham incentivado a UGT a assinar o acordo dito de "concertação social" a que Carvalho da Silva reagiu, dizendo que iria agir judicialmente contra o líder da UGT, por considerar disparatadas as declarações. Enfim... Lamentamos!... Acima de tudo, lamentamos o grau de "provincianismo" a que "desce" o nível de análise política da esfera sindical, optando por uma "guerrilha" que se justifica no âmbito da pretensa legitimação da postura da UGT que ninguém compreende e da defesa da não anuência da CGTP a um acordo que não revela qualquer protecção dos direitos dos trabalhadores - nomeadamente, porque os cidadãos trocariam de bom grado mais 30 m de trabalho diário do que o hipotecar de dias de férias e todas as decisões assumidas por esta "concertação" que, a partir de agora, serão lei... Lamentamos essencialmente por todos os portugueses, trabalhadores e desempregados!... Lamentamos porque, ao invés de melhorarem as suas "performances", os sindicatos continuam sem defender, de forma  sustentada!, pelo menos até agora, o direito fundamental dos cidadãos ao emprego, resumindo-se a mobilizar alguns dos que arriscam deixar de trabalhar por ameaça de falência ou deslocalização empresarial, tendo perdido a confiança de muitas -diria até, de demasiadas! pessoas... Lamentamos porque, recentemente, os sindicatos tinham granjeado a simpatia da sociedade civil pela associação que fizeram ao chamado movimento dos "indignados", unindo esforços no sentido de construir uma unidade de resistência à crise internacional que atingiu a Europa no seu âmago e, consequentemente, agravou a fragilidade estrutural da sociedade e da economia portuguesas... Lamentamos porque os cidadãos ficam mais desprotegidos apenas e só porque estas posturas resultam, afinal de contas!, perante a opinião pública, na aparente preferência pela intriga e a vitimização, fruto da alienação a uma gestão comprometida com corporativismos que vão além do interesse público... Lamentamos!... entretanto, vá lá perceber-se porquê!, ocorreram-me ao longo da redacção deste post, não só as palavras do Presidente da CIP (ler aqui) mas, também, a imagem final da anedota do escorpião que deu boleia à rã para atravessar o rio!!!   

4 comentários:

  1. Pois é o País que vamos tendo. São também estes os defensores dos trabalhadores que temos. Como hão-de os trabalhadores estarem de acordo, se as Centrais Sindicais, que, senão todos a maioria pelo menos paga, para que venham agora aqueles que, ainda em Novembro estavam a fazer um bom trabalho, levando os trabalhadores pelo menos a acreditarem nisso, dizia eu, como hão-de os trabalhadores estarem de acordo ou acreditarem que há alguem que os defenda se as centrais sindicais (minusculas de propósito, porque afinal são muito pequeninos) criam, elas próprias a discórdia entre trabalhadores. Os prsidentes das centrais, seja lá o que isso for e seja este o nome dos chefes ou não, estão há demasiado tempo no “poleiro”, precisam de quem os tire de lá. Agarram-se ao poder e nesta altura estão-se nas tintas para que os trabalhadores saiam prejudicados. Se a falta de competividade é o mal maior da nossa crise, como se justifica que descendo os salários aos trabalhadores, que são a mão d’obra mais barata da UE, seja a salvação? Temos centrais sindicais a corcordar com isto! Se, sendo a mão d’obra mais barata da UE não somos competitivos é descendo essa mão d’obra que se vai conseguir alguma coisa? Não será por termos os administradores, mesmo até os empresários mais bem pagos da UE,( não é só por isso) que torna o nosso produto mais caro. Se calhar, nós trabalhadores, não merecemos outros chefes. Se calhar o erro é nosso. Se calhar a medida a tomar seria deixarmos de trabalhar, que pelos vistos não sabemos, e deixar empresários, administradores e os sindicalistas a trabalharem. Não tendo trabalhadores, nem sendo necessário quem os defenda, porque deixaram de existir, talvez o País saísse da crise. (claro que não é possivel, mas era o que deveria ser possivel de fazer). Estou indignado sim! Pena tenho por não saber explicar melhor.
    Abracinho ainda que timido.

    ResponderEliminar
  2. Sempre tive grande consideração pelo Carvalho da Silva. Não fossem as suas amarras ao PCP e acho que seria uma figura que poderia unir a esquerda nos combates que se avizinham.
    A posição da UGT relativamente ao acordo é de tal modo ofensiva aos trabalhadores que me dispenso de a comentar.
    Tivesse Carvalho da Silva a coragem de admitir o grave erro que cometeu, ao contribuir para a subida ao poder da direita mais fascista que há memória desde o 25 de Abril e teria em mim (e porventura em muitos outros) um admirador confesso.

    ResponderEliminar
  3. ???

    Se a farinheira não agrada porque está estragada e rebenta, a culpa é do cozido... à portuguesa?

    Não percebi o que, na realidade, lamenta.

    ResponderEliminar
  4. Ai, ai, Ana Paula! Que tristeza! Acabo de deixar um comentário no blogue Cinco Dias, exactamente no sentido do seu post. Muito desagradada com uma dicussão que, a este propósito, por lá vai. Descem o nível ao mesmo tempo que largam a realidade a caminho da lua, sei lá...
    Um beijinho
    Helena Pato

    ResponderEliminar