sábado, 23 de julho de 2011

Da Crise e do Terrorismo de Extrema-Direita na Europa - o caso da Noruega

A Noruega foi ontem alvo de 2 atentados assustadores que reactivam o alerta de cidadãos e governos para a dimensão dos fenómenos sociais da violência, cujas formas de expressão se adensam perigosamente. Afastadas as demagógicas tentações de acusar sempre "os mesmos", desta vez, está já, clara e oficialmente!, assumida a responsabilidade da autoria do terror trazido para o espaço público de um país aparentemente pacífico. Os autores dos atentados são grupos locais de extrema-direita (ler aqui)!... por isso, desta vez, a UE tem que assumir que a violência está nas ruas do "velho continente" e tem, também!, rostos ideológicos!... porque se a revolta social que marcou as ruas da Grécia muito recentemente foi uma manifestação colectiva de protesto em relação aos custos sociais da lógica financeira contemporânea, desta vez, na Noruega, os atentados denotam um acto de guerra contra os valores da democracia, da valorização da diversidade e, em última análise, dos Direitos Humanos!... porque a extrema-direita ganha terreno com a apologia do racismo e da xenofobia e expõe agora, de forma brutal, a disponibilidade da sua lenta e continuada luta pelo poder para ir mais longe... longe demais!... O alerta está aí, incontornável!... e a crise económico-financeira a que se responde com austeridade e mais austeridade, provoca a emergência de uma faceta ideológica que, através do terror, ameaça, efectiva e perigosamente, a democracia!   

3 comentários:

  1. Sim, temos consciência que os difíceis dias que vivemos produzirão reflexos imprevisíveis. Em qualquer caso o desespero, o terror, a morte, são de lamentar, rejeitar, prevenir.
    Para evitar que sejam estas as formas de expressão do mau estar generalizado é preciso propor alternativas, ou seja a edificação de espaços de diálogo, de encontro,de comunicação espontânea e genuína, de criatividade aplaudida. Ou seja, espaços de mais ser.

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  2. Completamente de acordo, Dores. É, de facto, fundamental criar espaços de comunicação, interactividade e criatividade onde as pessoas possam crescer e expressar o melhor do que são... esta ocupação do espaço público, na rua ou em espaços colectivos diversificados é a catarse sem a qual se torna mais fácil perder a identidade soci-cultural... e esta preocupação com a vida e a política cultural deveria ser prioritária na vida dos povos!... não é!... e facilitam-se assim os "reflexos imprevisíveis" de que falas e que os tempos são propícios a provocar. Obrigada pelas tuas boas palavras de que destaco a feliz expressão "espaços de mais ser"! :)))

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  3. Tudo o que escreve é verdade, cara Ana Paula Fitas.

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