segunda-feira, 18 de março de 2013

Da Europa - Entre o Diagnóstico e a Previsibilidade...

" Conflitos na Europa Podem Agravar-se

Num rasgo de lucidez, o ex-líder do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo, advertiu, há pouco dias, que os conflitos na Europa podem agravar-se e avisou que, no actual cenário, a «questão da guerra e da paz» não deve ser excluída.
«Quem pensa que a questão da guerra e da paz já não se coloca pode estar rotundamente enganado», avisou Junker em entrevista ao semanário alemão Der Spiegel.
Ao pronunciar-se sobre a actual crise europeia, Juncker referiu que detecta «muitos paralelismos com 1913, um período em que todos pensavam que nunca mais haveria uma guerra na Europa». E concretizou: «É impressionante reconhecer como a situação europeia em 2013 se assemelha com a registada há 100 anos».
Para Juncker, os primeiros sinais foram detectados no decurso das campanhas eleitorais na Grécia e Itália. «De repente, surgiram ressentimentos que julgávamos terem desaparecido para sempre», considerou.
O ex-líder do Eurogrupo lamentou que as campanhas eleitorais nos dois países do sul fossem «excessivamente» anti-alemãs e anti-europeias, mas sem deixar de reconhecer que, no caso da Grécia, «a forma como alguns políticos alemães se referiram ao país deixou feridas profundas na sociedade grega».
Juncker frisou que, em sua opinião, a saída da crise apenas será possível com «maior união» entre todos os países do espaço europeu.
A única coisa que não se percebe é se este lúcido «recado» de Jean-Claude Junker também terá como destinatária à chanceler alemã Ângela Merkel. Isto porque Junker aceitou o convite para participar, como apoiante de Ângela Merkel, na campanha eleitoral para as eleições legislativas na Alemanha, em Setembro próximo.
Convirá recordar, já agora, aquilo que Marx escreveu no «18 de Brumário», rectificando uma ideia de Hegel, segundo a qual a história repete-se necessariamente: «Hegel salienta algures que todos os grandes acontecimentos e personagens históricos irrompem digamos assim duas vezes. Esqueceu-se de acrescentar: uma vez como tragédia e na vez seguinte como farsa».
Não sei se, afinal, não terão ambos razão. Porque nem sempre a história se repete como farsa..."
Alfredo Barroso (autor do texto a quem aproveito para agradecer a publicação via Facebook)

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